O Botafogo perdeu três titulares após a Copa do Mundo de Clubes. Jair e Igor Jesus já foram anunciados pelo Nottingham Forest, Gregore fechou com o Al-Rayyan. Na opinião do comentarista Luciano Mello, do “Redação SporTV”, a maior dificuldade do clube será encontrar um substituto para o volante.
– Eu acho que essa saída do Gregore é de difícil reposição. Porque, cara, se você pensar, o Igor Jesus, excelente centroavante, acho que tem que ser convocado para a Seleção Brasileira, porque ele fez um primeiro semestre espetacular, melhor jogador do time, com tranquilidade no primeiro semestre, mas centroavante, você vai lá, o Arthur Cabral, características diferentes, não estou comparando, mas vai ali, vai sobrar um rebote, como fez contra o Vasco, vai fazer o gol. O Gregore é peça fundamental nessa engrenagem do time do Botafogo. E nos dois momentos, com e sem a bola, né? O Gregore faz coisas que nesse elenco não tem outro jogador com essas características – destacou Luciano Melo.
– Por isso que eu acho mais difícil até do que repor o Igor Jesus e o Jair. Porque o Jair, ótimo zagueiro, acho que tem um grande futuro, o Igor eu acabei de comentar aqui, a temporada que faz. As principais características do Jair, com dinheiro, você consegue encontrar no mercado. Um ótimo centroavante, talvez não tão bom quanto o Igor Jesus, mas que faça gols, que tenha movimentação, você consegue encontrar no mercado. Um jogador que tenha capacidade de marcação, de movimentação e de saída de bola do Gregore, o primeiro volante que conjuga essas três coisas, é muito difícil encontrar no mercado. Para mim, é o primeiro grande desafio do Davide Ancelotti. Mais do que repor ou substituir o Igor e o Jair, para mim, essa substituição ao Gregore vai ser muito complicada. E por isso eu tenho a sensação de o scout vai para o mercado tentar encontrar esse camisa 5, o que a gente falou, que é tão difícil, porque Marlon Freitas e Allan juntos não preenchem essa lacuna – acrescentou.
O narrador Bruno Cantarelli seguiu a mesma linha.
– Ele estava no radar da Seleção, eu perguntei isso para o Rodrigo Caetano, e ele falou que o Gregore estava no radar, agora eu acho que sai do radar. Mas é uma das coisas que eu aprendi lá fazendo o Charla, que eu sempre batia na tecla, falta 10, falta 9. Isso é óbvio no futebol brasileiro. Aí, conversando com os treinadores, eles falam “cara, mas você não observa que o Brasil não tem formado camisa 5”. Óbvio que tem volantes para caramba. Mas é muito 8. Terceiro homem de meio, o Lucas Paquetá, por exemplo. Agora, o primeiro volante ali é algo raro, tanto que o Casemiro volta à Seleção por isso também, porque você não tem muito essa figura nem no líder do campeonato que é o Flamengo, vai ser o Pulgar, que não é brasileiro. Mas o Gregore é um jogador que tinha muito pouco tempo entre a tomada de bola e o passe para frente. Não é o passe lateral, é o passe para frente. Que trazia esse Botafogo Way, que quer o John Textor, o time ofensivo, incisivo. O Gregore é peça fundamental, e eu acho que muitas vezes subvalorizado pelo que fazia. Joga demais – elogiou Cantarelli.