A entrevista de Marlon Freitas depois da derrota do Botafogo para o Flamengo na semana passada ainda rende. Comentarista do canal “TNT Sports”, Vitor Sérgio Rodrigues elogiou a postura do capitão alvinegro e classificou o desabafo do jogador como um “pedido de socorro” em meio ao noticiário conturbado nos bastidores.
– Eu fico pensando como foi bom para o torcedor do Botafogo ter ouvido isso de um cara com a representatividade do Marlon Freitas. Ele meteu o dedo na ferida. É o que o torcedor quer ouvir na hora da cagada, na hora que dá merda. Quando ele fala que não está sendo um ano fácil tanto dentro quanto fora do clube, ele está dizendo que isso está atrapalhando. É um pedido de socorro para blindarem, isolarem o futebol, isolarem lá os 30 jogadores mais os 10, 12, 15 da comissão técnica, para eles poderem fazer o trabalho deles – disse VSR em seu canal no YouTube.
– É um discurso excelente, que inclusive pode salvar o ano do Botafogo. Talvez “salvar” esse seja um termo complicado, mas pode amenizar o ano do Botafogo, porque se colocar o Botafogo diretamente na Libertadores, fica um ano menos complicado. Bato palmas para a postura dele, bato palmas por quem é, como se porta o Marlon Freitas, e acho que esse pedido de socorro foi um start para o Botafogo ter um fim de ano mais próximo do aceitável. Acho que tudo isso começa com esse discurso de líder, discurso de capitão, discurso de quem representa o Botafogo. Esse pedido de socorro, pelo menos no curto prazo, funcionou: o Botafogo ganhou bem do Ceará e vamos ver na sequência aí, porque ainda tem muita coisa pela frente – completou.
Na entrevista que concedeu após a derrota no clássico, Marlon Freitas citou a necessidade de que o elenco seja blindado e que o Botafogo se una ainda mais para “não destruir o que foi construído”. Nas vésperas da partida, houve muito bafafá com a reunião do Conselho Deliberativo sobre a SAF e notícias dando conta de que será necessário corte de gastos em 2026 por conta da incerteza sobre o futuro da SAF.
– É muita coisa que aconteceu no Botafogo nesse ano de 2025. Seja dentro do campo, o time mudou praticamente tudo, seja fora dele, é uma incerteza da briga do Textor com a Eagle, com a Ares, vem o grego, não vem o grego, o Textor vai continuar, vai sair, o social apoia o Textor, o social já não vê tanto o Textor assim, etc… Tudo isso acontecendo e eu imagino a cabeça do jogador que tem que considerar lá e tem que ficar focado para a cada quarta e domingo entrar em campo e trazer três pontos. Quando ele diz que precisamos nos blindar, ele fala: “Nós jogadores aqui temos que tentar isolar isso”, e eu imagino que seja muito difícil – disse Vitor Sérgio, que fez uma análise sobre a gestão Textor:
– Estou dizendo nesse canal desde o início que a modalidade SAF é uma coisa nova aqui no futebol brasileiro e é uma situação que quem manda é o dono. E o dono não está nem aí para pressão de torcida, para pressão de conselheiro, para pressão de corneteiro. Ele faz o que ele entende ser melhor para o negócio. Por isso que o Botafogo vendeu a base campeã, vendeu jogadores que não queriam sair e foram convencidos a sair. Vendeu jogador que queria embora também. E aí você toma decisões que são mais olhando para o negócio do que olhando para propriamente o futebol. Isso faz parte do modelo SAF.
– O botafoguense imagino que no saldo total esteja muito feliz com a Era Textor. Tirou o time da briga para não cair e botou campeão da Libertadores e do Brasileiro num espaço de dois anos e meio. Isso daí foi lindo, foi maravilhoso. Mas agora é a hora do choque de dizer que quem manda é o Textor, e as decisões dele são decisões empresariais, de negócio. E muitas vezes, na maioria das vezes, o negócio com o passional não casa – encerrou VSR.