Rivais carioca, Botafogo e Vasco começaram a Série B com expectativas e avaliações distintas por parte da imprensa. O time cruzmaltino era considerado favorito, enquanto o alvinegro tinha previsão de meio da tabela. Mas os papéis se inverteram rapidamente e a maior prova veio neste domingo.
Em pleno São Januário, o Botafogo goleou o Vasco por 4 a 0, assumiu a liderança e praticamente eliminou qualquer chance do rival conquistar o acesso. A possibilidade ainda existe, mas é mínima.
O comentarista Raphael Rezende, no programa “Troca de Passes”, do “SporTV”, explicou as diferenças e enalteceu o trabalho do Botafogo.
– Chega um momento que desgarra cada um para o seu extremo. Você já chega na partida com bagagem anterior, o Botafogo tranquilo. O ponto-chave foi a sequência muito fora da padrão na chegada do Enderson Moreira. O Botafogo dele é disparado o melhor do campeonato. Impressionante que a reviravolta é muito cedo. Bate 21 ou 22 jogos só com quatro derrotas, campanha sólida, Enderson é bicampeão da competição, tem o entendimento, sabe administrar, aceitar resultados fora de casa em times com imposição, como Cruzeiro e Goiás, pontuou. O Botafogo teve mais estabilidade. Se pensar na origem, tem mais a cara da Série B. Jogadores com destaque recente no Campeonato Paulista, os três do Mirassol (Daniel Borges, Luís Oyama e Diego Gonçalves), elenco mais moldado para a competição e com treinador que deu resposta rápida e imediata. Ele entende a competição, especula, é forte e se impõe em casa, tem campanha em crescimento fora. Não tem vergonha de marcar em bloco mais baixo. É mais pronto para a Série B que o Botafogo anterior e que o Vasco atual – elogiou Raphael Rezende.
Já em relação ao Vasco, o tom foi outro, inclusive com o técnico Fernando Diniz.
– É quase como um modelo que se extingue nele próprio com Diniz. Não é uma crítica direta, o Vasco sabe o que tem que fazer, mas só contempla uma parte do jogo. Organiza parte ofensiva, tem transição com alguma qualidade, mas o correr para trás, bolas aéreas defensivas, transição defensiva é uma tragédia. O quanto aglomera no setor da bola tinha que ser capacidade de fazer perde e pressiona. Quando perde a bola, tem muitos jogadores que já passaram da linha e não conseguem voltar. O Botafogo não ficou desconfortável no jogo, parecia estar esperando a primeira esticada. Quando deu, foi com uma facilidade absurda, com passes simples e sem oposição do adversário. O Vasco foi uma presa muito fácil. O 4 a 0 pode parecer exagerado, mas o impressionante é que se repete no campeonato. É um Vasco que, pelo que investe e tem de custo mensal, deveria aproximar mais da disputa até o final. A forma como desgarrou é absurda, pela capacidade de investimento – finalizou.
