“O Botafogo tem muito a aprender com o Fortaleza“. Essa é a opinião do comentarista Maurício Noriega, que comparou a situação dos clubes em sua coluna no site “Trivela”.
– A classificação do Fortaleza para a final da Copa Sul-Americana deixa a sensação de que o primeiro título internacional do futebol do Nordeste brasileiro nunca esteve tão próximo. A história de reconstrução e afirmação do Leão do Pici deve ser vista como um ensinamento para o Botafogo, líder e ainda grande favorito à conquista do Campeonato Brasileiro. Em meio a um injustificável ataque de nervos, o Fogão coloca em risco sua história de reconstrução – diz Noriega.
O jornalista lembrou que o Fortaleza manteve Vojvoda mesmo quando o time estava na zona de rebaixamento por 14 anos em 2022. Além disso, o treinador recusou propostas para sair.
– Além da diferença de projetos e modelos, existem alguns pontos nos quais o Botafogo deveria se inspirar no Fortaleza. O primeiro deles parece ser o próprio dono do clube, o empresário norte-americano John Textor. Ainda noviço no mundo do futebol, Textor não tem a experiência e o conhecimento do ambiente demonstrados por Marcelo Paz, que inclusive atuou como comentarista esportivo entre 2012 e 2013. Textor e seu grupos de gestores de futebol são extremamente suscetíveis ao comportamento da torcida e dos jogadores do Botafogo. Tiveram dificuldades para lidar com os chiliques dos treinadores portugueses que passaram pelo clube. O segundo erro não foi do clube, mas de quem a instituição contratou. A Luís Castro faltou o comprometimento demonstrado por Vojvoda ao projeto do Fortaleza. A Bruno Lage faltou controle emocional para lidar com uma oscilação prevista e anunciada. O terceiro erro pode ser o mais grave. O Botafogo pode estar repetindo a insanidade do rival Flamengo, que entregou a chave do vestiário para os jogadores e perdeu o controle do time. A conferir – alertou.
Para Maurício Noriega, o desafio do Botafogo será controlar os ânimos na reta final.
– O Botafogo precisa agora lidar com a precipitada ira de sua torcida. O time segue com vantagem administrável e precisa acreditar no que foi construído até agora. A lição das 14 rodadas na zona de rebaixamento do Fortaleza precisa ser aprendida. O que ficou evidente é que quando trouxe Lage o Bota pareceu apostar mais na nacionalidade que na racionalidade. Porque o auxiliar Cláudio Caçapa estava ali, conhecia o trabalho de Castro, era conhecido pelos jogadores, não precisava de adaptação e nem trazia ideias diferentes. O tempo dirá se o Botafogo vai sucumbir aos nervos ou beberá da fonte serena do Fortaleza – complementou.