O Botafogo teve a oportunidade de manter seis pontos de vantagem para o Palmeiras no Campeonato Brasileiro, mas empatou em 0 a 0 com o Cuiabá e viu a diferença cair para quatro. No programa “ESPN F90”, o comentarista Celso Unzelte falou sobre a rodada do fim de semana e sobre suas impressões em relação ao time alvinegro.
– No ano passado o Botafogo não estava desse jeito, o Botafogo entregou a rapadura de uma maneira ímpar na história do futebol mundial. Por mais que o Palmeiras esteja até com uma pontuação maior, esse ano o Botafogo não dá pinta de que vai entregar tão facilmente. Uma diferença agora de quatro pontos poderia ter sido maior, a certa altura dessa rodada, quando o Palmeiras tinha dificuldade de fazer o gol da vitória contra o Grêmio e a perspectiva de um Cuiabá e Botafogo com vitória do Botafogo, isso pressionou muito o Palmeiras no jogo do dia anterior. O Palmeiras até se saiu bem, principalmente pelo jogador que tem, o Estêvão. O Palmeiras concluiu muito a gol, fez uma partida realmente sabendo dessa pressão e dessa necessidade. E aí a expectativa se inverte, quando o Botafogo entra em campo, é o Botafogo que tem que fazer alguma coisa contra o Cuiabá, que ele acabou não fazendo. Então continua, a novela continua, a diferença é relativamente curta, o Botafogo ainda tem uma gordurinha de um ponto em relação ao confronto direto, mas tem jogo aí, tem muito jogo para se fazer – pontuou Celso Unzelte.
– O curioso é que contra o Criciúma, sai o gol e a porteira não abre, né? Nem dava tempo, mas além da porteira não abrir, o Criciúma vai e empata o jogo. Então o Botafogo, a gente sabe, os melhores momentos do Botafogo são os momentos do melhor futebol do Brasil. Agora, tem essa coisa de inspiração, não é coisa que você chame assim, fala assim, vem cá, inspiração. E eu acho que tem muitos momentos em que o Botafogo não consegue colocar essa inspiração em campo. Contra o São Paulo foi isso, aquele primeiro tempo, depois o time não consegue. Contra o Vasco foi em 10 minutos, um loucura. Contra o Vasco consegue, contra o Peñarol conseguiu, contra Criciúma e Cuiabá a coisa já não rolou. Então esse melhor Botafogo, ele também não é tão constante assim, não me parece um time que consegue chamar o seu melhor na hora que precisa. Então precisa acertar isso, principalmente na final da Libertadores, que é um jogo só. No Brasileiro, eu acho que ainda tem mais capítulos, o Botafogo pode administrar isso melhor. Agora, na Libertadores, eu estou muito curioso para ver como ele vai se comportar e como o Atlético-MG vai se comportar também – acrescentou.
O comentarista Raphael Prates contemporizou o tropeço do Botafogo e lembrou que o campeonato tem sido complicado para todos os clubes.
– O campeonato vai se desenhando e contando história ao longo da rodada, ao longo da competição mesmo. Esse empate do Botafogo contra o Cuiabá é um resultado duro para o Botafogo, é. Mas o Artur Jorge tem razão, naquela conta de seis pontos de vantagem, que agora são quatro do Botafogo para o Palmeiras, entre aspas, havia um jogo que você poderia perder pontos, ou perder pontos não mudaria o líder do campeonato, foi um empate com o Cuiabá. Agora muda a cara para o outro jogo, muda a cara para os jogos seguintes. O técnico do Botafogo tem razão, ele não pode transformar esse empate em uma coisa maior do que ele é. Tem que pensar na próxima rodada, o time tem vantagem, que ainda é boa, e faltam 15 pontos para jogar – explicou Raphael Prates.
– O Palmeiras perdendo para o Corinthians é um grande clássico, mas o Corinthians numa situação mais delicada, quando o jogo aconteceu, e o empate contra o Fortaleza que disputa o título foi em casa, o Palmeiras duas vezes ficou à frente e tomou dois gols. Então assim, as coisas meio que se misturam aí, é que fica um recorte muito recente da rodada passada. Mas todo mundo tem tropeços para lamentar, todo mundo tem uma vitória inesperada para contar no meio do caminho também, eu acho que está no pacote isso aí – completou.