Uma mudança da água para vinho. Irregular no início da Série B com Marcelo Chamusca, o Botafogo conquistou quatro vitórias seguidas em quatro jogos sob o comando do técnico Enderson Moreira. A última delas neste domingo, com 2 a 0 sobre a Ponte Preta, no Estádio Nilton Santos.
Comentarista do “SporTV”, Raphael Rezende apontou mudanças, durante o programa “Troca de Passes”.
– Acho que tem dois pontos. Um é zerar o ambiente. Quando é carregado, difícil encontrar realidade em que a manteiga cai para cima. A montagem foi conturbada no Carioca. E tem também o que a Série B pede, o ritmo da competição. Chamusca queria protagonismo, Enderson quer controle. Fez 1 a 0 e praticamente não sofreu. Foi um segundo tempo em que finalizou muito mais sem se expor. Não é uma superequipe a Ponte, mas ter segurança defensiva e qualidade para matar o Botafogo não apresentava com Chamusca. Era frágil na defesa e não matava os jogos. Tem mudança de ambiente e de estratégia. É mais eficiente e casa mais com a competição – opinou Raphael Rezende.
O comentarista Paulo César Vasconcellos foi na mesma linha.
– Temos que atentar para que, na Série B, o que faz diferença é trabalho. Orçamentos são praticamente iguais, não há jogadores que façam diferença. Quando pega um técnico como Enderson, que não deve pensar futebol muito diferente do Chamusca, consegue transformar equipe em mais confiante nos movimentos em campo. Hoje no segundo tempo o Botafogo não correu riscos. Contra o Cruzeiro, por exemplo, o Botafogo não mostrou segurança. A Ponte tentou ameaçar e não ameaçou. Passa por construção, de jogadores acreditarem que o que o técnico está propondo é possível ser realizado. A sequência de vitórias vai encorpando. O trabalho do Chamusca em determinado momento empacou, não conseguiria tirar mais que o Enderson está conseguindo. O Botafogo é organizado, tem jogo pelos lados, dificulta a saída de bola do adversário e está trilhando caminho. Essa sequência de vitórias vai aumentando confiança e naturalidade dos movimentos – disse PC Vasconcellos.
