Comentarista critica Anaf por tom da resposta a Textor: ‘Nota precipitada. Como pode afirmar com tamanha veemência que todos os árbitros são honestos?’

John Textor, acionista da SAF Botafogo, no campo anexo do Estádio Nilton Satnos em junho de 2023
Vítor Silva/Botafogo

Cerca de 12 horas após as declarações de John Textor dizendo ter provas de corrupção na arbitragem terem sido publicadas, a ANAF (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) emitiu uma nota de repúdio ao dono da SAF do Botafogo, dizendo que as acusações do dirigente são “infundadas e totalmente descabidas”. O comentarista Mauro Cezar Pereira criticou a entidade, dizendo que a nota foi totalmente precipitada.

– A Anaf existia quando houve o episódio Edilson Pereira de Carvalho? (Sim) Então como pode afirmar com tamanha veemência que todos os árbitros são honestos? Pode existir um cara desonesto e ninguém sabe. Não será culpa da Anaf e nem dos demais. O Edilson era um caso isolado, tinha ele e mais um na Máfia do Apito… Como teve a Máfia da Loteria nos anos 80. Como a Anaf pode ser tão eloquente? Ela também não sabe… De repente você descobre amanhã que um colega seu é desonesto. Em qualquer ambiente de trabalho. Pode ser um caixa de banco, um político, um jogador de futebol, um jornalista… Pode ter um ou outro rápido que faça esquema, a gente não sabe – disse Mauro Cezar, no programa “Bate Pronto”, da “Jovem Pan News”.

– Acho essa nota precipitada. Ela deveria cobrar do John Textor, provar porque está colocando todos os árbitros sob suspeita. Aí eu concordo. Mas falar que as declarações são irresponsáveis e levianas? E se ele tiver prova? Se a Anaf não sabe de algo e ele souber e tiver como provar? Acho precipitado esse tom. Acho que deveria ser um tom de cobrança: “John Textor, mostra logo isso. Já que você tem as provas, mostra logo. Não vamos ficar um mês aqui esperando. Temos que saber quem foi. Se alguém fez isso, temos que saber quem foi para separar o joio do trigo”. Aí perfeito – continuou Mauro.

– Como você pode afirmar que todos são 100% honestos? É impossível. É como se o Sindicato dos Jornalistas falasse que todos os jornalistas são honestos. Como você pode afirmar? Sindicato dos médicos vai dizer que todos são corretíssimos e éticos… Ou dos advogados, engenheiros, motoristas de ônibus… Não tem como você afirmar. É um tom errado – encerrou.

O comentarista lembrou ainda da relevância de John Textor no futebol brasileiro, mas disse que o dirigente deveria ter falado menos e agido mais:

– Você tem centenas de árbitros no futebol brasileiro, você tem três, dois, um árbitro, quais jogos ele apitou? Esse é papel para a CBF. O John Textor não é uma pessoa qualquer, ele é o dono do Botafogo, um time que está na Libertadores, quase foi campeão brasileiro, um clube importante. Uma coisa é surgir um Zé Mané falando que tem provas e ninguém vai levar a sério. Quando uma pessoa da relevância dele fala esse tipo de casa, gera um ar de desconfiança sobre os árbitros. Isso é errado. Eu acho que ele não deveria ter falado nada.

Outro comentarista na mesa, Wanderley Nogueira disse que outros clubes também deveriam cobrar as provas de John Textor, como terceiros interessados.

– O que estariam pensando as equipes que foram rebaixadas? De alguma maneira foram prejudicadas por um ponto, por exemplo? E aquelas que deixaram de participar de uma competição importante por um ponto? É discussão para mais de metro. Por isso, ele precisa esclarecer isso – considerou Wanderley.

Fonte: Redação FogãoNET e Jovem Pan News

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