Comentarista critica postura do Peñarol contra o Botafogo: ‘Eles estão tentando se vitimizar. Narrativa é falsa’

Torcida Peñarol briga 2
Reprodução/SporTV

Comentarista do “UOL”, Mauro Cezar Pereira criticou a postura do Peñarol nos bastidores para o jogo de volta contra o Botafogo, nesta quarta-feira, pela semifinal da Libertadores, no Campéon Del Siglo. Para o jornalista, o clube uruguaio está “tentando se vitimizar”, apesar de seus torcedores terem gerado a confusão no Rio de Janeiro.

– Isso faz parte de todo o pacote. Eles estão tentando se vitimizar. Ontem mesmo teve jogo de basquete do Peñarol com faixa. Eu até publiquei na minha rede social, eles levaram duas faixas. Uma estava dentro da quadra, com jogadores, outra na arquibancada, aí pedem “liberdade para Los Pibes”, ou seja, liberdade para os rapazes que estão presos no Rio de Janeiro. E a outra é uma frase que tem “defender-se não é delito”, ou seja, se defender não é um crime. Eles não se defenderam, eles atacaram, atacaram o quiosque, atacaram pessoas, destruíram o quiosque, saquearam, atearam fogo numa motocicleta de um entregador de comida, eles implantaram o terror. Enfrentaram a polícia, aí a polícia teve que mandar o reforço, o choque da PM, aí sim foram contidos, 280 aproximadamente foram presos e tem lá uns 20 que foram comprovados aí que cometeram os delitos mais graves e ficaram presos – relatou Mauro Cezar.

– Se eu chegar com uma turma lá no centro de Montevidéu quebrando tudo, saqueando o quiosque, também vou ser preso, vou ficar por lá. Vai lá e sai quebrando tudo, vai assaltando, dá porrada, taca fogo na moto do rapaz que está pagando a prestação, vê o que vai acontecer. Então vai em cana, não tem jeito, em qualquer lugar do mundo que tenha lei, que tenha um mínimo, não funciona assim. Então a narrativa é falsa e estão misturando isso com outro problema que ocorre no futebol sul-americano aqui no Brasil – disse o comentarista.

Este problema citado por ele está na forma de agir da polícia brasileira.

– Esse sim eles têm razão, os irmãos, os vizinhos em geral, que é a violência policial contra torcedores visitantes. É comum torcedores que vêm de fora tomando borrachada da PM na arquibancada sem motivo nenhum. Um pequeno foco de confusão, ao invés de chegar lá e separar, eles seguem batendo. Até no Brasil x Argentina teve isso. Não havia cordão de isolamento no Maracanã, ano passado, faz um ano agora, houve um desentendimento, houve um desentendimento de torcedores brasileiros e argentinos e a polícia chegou batendo só dos argentinos. Não tinha que bater em ninguém, tinha que chegar para separar a confusão. E chegou já batendo, porque ela só age assim – argumentou Mauro Cezar.

– Isso acontece com frequência, essa reclamação é pertinente como a do Racing, contra essa sacanagem que a polícia faz no Brasil também, como um torcedor visitante, independentemente da nacionalidade. Os caras só chegaram no jogo em Itaquera (com o Corinthians) quinta-feira quase no intervalo, e estavam o dia inteiro lá concentrados na Praça Charles Müller, em frente ao Pacaembu, de forma pacífica sem nenhuma confusão nesse caso específico. E chegaram lá durante o jogo, no meio do jogo, já estava 2×1 para o Corinthians quando eles chegaram lá na Neo Química Arena em Itaquera. Isso também eles têm razão de reclamar, defendendo seus torcedores, mas o caso específico desses uruguaios que estão presos, eles aprontaram e foram presos – acrescentou.

Mauro Cezar considera que o jogo ficou perigoso para a torcida.

– Aí vem um ministro lá no Uruguai e diz que “olha, eu não posso garantir a segurança”. Se você não pode garantir a segurança do torcedor visitante, você não pode realizar um jogo de futebol internacional. Então, já que você não garante, então não vai ter ninguém no estádio, porque não tem cabimento. O time uruguaio joga no Rio de Janeiro contra o Flamengo, joga no Rio contra o Botafogo e leva sua torcida, numerosa até, quebrou cadeiras no estádio depois do final e brigou com a polícia, mas o Botafogo, que não tem nada a ver com a história, não pode levar sua torcida? Como assim? Que absurdo é esse? Agora, eu acho que se houver uma reviravolta e eles liberarem a torcida visitante, se você, amigo que está nos acompanhando, é botafoguense, prepare-se porque não vai a passeio, isso não vai ser turismo, vai ser guerra, tá? Os caras estão dizendo que não vão te dar segurança, é isso que eles estão dizendo. O estádio é longe, já estive lá mais de uma vez, é difícil de chegar, é difícil de arrumar condução, Uber, e se for uma van ou num ônibus de torcedores, tem que ir todo mundo quietinho, sem se manifestar, para não perceber que é visitante, para não passar perrengue, porque o caminho vai ser duro para o torcedor visitante, pelo que a gente está percebendo, a partir do momento que o próprio Estado lava as mãos. E a narrativa está crescendo na América do Sul, liberdade para Los Pibes, tadinhos dos Los Pibes, quebraram o pau, saíram da porrada, atearam fogo e têm que ser liberados porque defender-se não é delito, está de sacanagem, é brincadeira isso – reclamou.

Fonte: Redação FogãoNET e UOL

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