O comentarista Vitor Birner, dos canais “ESPN”, defendeu o técnico Bruno Lage, muito criticado pela imprensa e xingado pela torcida do Botafogo no Estádio Nilton Santos após o empate em 1 a 1 com o Goiás, o quinto jogo seguido sem vitória na temporada. Para o jornalista, o Glorioso tem atuado de uma forma melhor do que em muitas vitórias quando a equipe era comandada por Luís Castro.
– O Botafogo conseguiu uma campanha merecida no primeiro turno, a melhor da história dos pontos corridos, em jogos em que jogou melhor que os outros e ganhou, em jogos em que jogou parecido e ganhava, e em jogos em que jogou pior e também ganhava. Tem a troca de técnico, e após a mudança o Botafogo jogou melhor do que jogava antes em algumas partidas. O próprio treinador, incomodado com as críticas, deu entrevistas, algumas polêmicas, com as quais eu concordava. O Lucas Perri, por exemplo, não fez nenhuma defesa difícil e o time havia perdido, não lembro qual jogo, enquanto antes fazia três, quatro defesas difíceis. E aí veio a crise de confiança que vimos hoje – apontou Birner, citando a questão psicológica como principal problema:
– O primeiro tempo do Botafogo foi muito nervoso. Você olha a escalação, talvez o Tiquinho em plena forma teria iniciado, mas não tem muitas coisas que você olha e fala: “Tá errado”. Acho que o time precisa recuperar a frieza, jogar com mais paciência, entender que a fase ruim vai passar, porque sete pontos ainda é uma vantagem muito grande. O Bragantino está jogando melhor que o Botafogo, não tem pressão, mas o Botafogo continua sem ter um concorrente direto. É preciso que essa fase ruim mental seja melhor administrada melhor de agora em diante.
Vitor Birner usou o exemplo das grandes atuações de Lucas Perri no primeiro turno para defender o trabalho de Bruno Lage.
– Com o Bruno Lage, o Botafogo tenta jogar mais. Não acredito que o time teria mantido com o Luís Castro o mesmo desempenho do primeiro turno no segundo. As pessoas precisam buscar um responsável nesse momento, porque assim é o futebol. Se o Lucas Perri conseguisse manter o nível de desempenho na carreira que mostrou no primeiro turno do Brasileiro, seria goleiro para jogar no Manchester City, no Real Madrid, nos melhores times do mundo. Era milagre de tudo que é jeito, e o Botafogo encaixava um contra-ataque. A bola agora chega no gol do Botafogo com pouco menos de clareza do que vinha chegando antes. Única coisa é que parece que o Botafogo hoje pensa com a bola menos do que pensava até no começo da passagem do Bruno Lage, porque o time está sob pressão, o que é natural – disse.
O comentarista Gian Oddi também chamou a atenção para a questão mental no momento.
– A questão com o Botafogo é muito psicológica. Fosse talvez um time que foi campeão ano passado, ou no anterior, com aquela vantagem que o Botafogo tinha a ainda tem, essa questão psicológica talvez não influenciasse tanto. É um Botafogo que sabe do peso dessa conquista, do quão inesperada ela seria no começo do campeonato. Tem esse ponto que pode pesar mesmo, é uma pressão diferente para o Botafogo do que seria para outra equipe mais acostumada a vencer – opinou Oddi.