Com 10 desfalques, o Botafogo foi derrotado pelo Internacional neste sábado, em Porto Alegre. Uma das ausências foi Álvaro Montoro, que está disputando a Copa do Mundo Sub-20 com a seleção da Argentina e está fora desde o jogo contra o Atlético-MG, dia 20 de setembro.
A liberação do jogador pelo Botafogo para disputar a competição no Chile foi muito criticada pelo comentarista Breiller Pires durante o programa “Equipe F”, da “ESPN”, neste sábado. Para ele, esse é um “lado negativo” da gestão profissional da SAF sob o comando de John Textor.
– O jogo contra o Inter reforça outra escolha do Textor que, para mim, é muito questionável. Quando você trata o futebol como um negócio, tem o lado positivo da profissionalização, já cansamos de elogiar o departamento de scout do Botafogo, de fazer boas contratações. Mas tem um outro lado também que é mercantilizar demais o negócio e aí vira essa rotatividade de jogadores, muito em função de pensar a coisa só como um negócio. A liberação do Montoro, para mim, é um troço inexplicável. Não dá para entender como o Botafogo liberou seu jogador mais criativo, ainda mais porque o Savarino não tem feito uma boa temporada. Não há obrigação nenhuma de liberar. E hoje [sábado] o Botafogo sentiu falta de mais um articulador. O Santi Rodríguez não é esse cara, você olha para o banco e não tem um cara com essas características e hoje faltou isso novamente – analisou Breiller.
O comentarista citou outros casos, como a venda do goleiro John para o Nottingham Forest.
– “Ah, foi uma vontade do jogador e a gente atendeu.” Peraí, o Botafogo não é porta da esperança para ficar realizando sonho de jogador. “Ah, o John quer jogar fora, na Europa. Vai lá! Obrigado, John! Deixamos o jogador realizar seu sonho.” Uma hora o dirigente tem de bater na mesa e falar: “Peraí, vou atender os sonhos e os desejos do meu treinador. O que o treinador quer? Montoro, deixa seu sonho para depois, vai jogar na seleção principal, vai se destacar aqui, quem sabe ir para outro time…” Mas, com esse pensamento mercantilista, de “se ele se destacar no Mundial aumenta o valor, a gente vai vender melhor”… Peraí, e a situação agora do Botafogo, que só tem o Campeonato Brasileiro? Você abre mão desse articulador e olha como articulador ganha jogo, olha o que o Alan Patrick faz do outro lado! É mais um jogo que reforça que essa ideia mercantilista do Botafogo também tem o seu lado negativo. Mais uma vez isso pesou, principalmente com a falta de um cara ali para dialogar mais, reconhecendo que o Savarino, hoje, fez um bom jogo, dentro das condições – completou Breiller.