Deixar o passado para trás. Para o comentarista Paulo Cesar Vasconcellos, no “Seleção SporTV”, o mérito do Botafogo após a saída de Tiago Nunes foi passar a focar no presente, esquecendo o peso que ficou da temporada de 2023.
– A impressão que tenho é que internamente o Botafogo parou de olhar o retrovisor. A imprensa olhar vai acontecer durante a temporada toda, mas internamente o Botafogo não podia ficar olhando. Na vida, você não anda se ficar olhando o retrovisor. Na primeira entrevista do Fabio Matias, a primeira coisa que falou foi isso, esquecer 2023. Me parece que Tiago Nunes nunca conseguiu se descolar de 2023, tanto na energia quanto na postura do time. Essa equipe é de buscar o tempo todo o gol, não de ficar com postura cautelosa ocasionalmente atacando. É uma equipe veloz. Me parece que o Fabio Matias trouxe isso, os jogadores se sentiram mais seguros. Ainda é um time hesitante em algumas situações, como Gatito nas saídas de bola e nas reposições. A chegada do Matias rompeu com esse olhar para trás, agora olha para o presente e imagina o futuro, o que é benéfico para o Botafogo – destacou PC Vasconcellos.
O comentarista Pedro Moreno lembrou que antes se falava apenas da parte psicológica do Botafogo.
– O Botafogo do ano passado era muito camaleão, conseguia se adaptar o que jogo pedia. Foi muito sólido defensivamente contra o Palmeiras lá, quando saía era uma avalanche, ninguém segurava. Em casa, contra adversários retrancados, tinha volume de jogo e conseguia furar. Tem que buscar a organização que o time tinha. Não é só com a bola, o Botafogo era inoperante sem ela também (com Tiago Nunes). A questão mental se tornou muleta do Tiago pela dificuldade dele de conseguir montar um time organizado. É absolutamente importante o mental, em algum momento tem parcela significativa, mas tinha problemas técnicos e táticos. Obviamente a questão técnica é potencializada pela confiança e por time organizado – completou Pedro Moreno.
