Comentarista enaltece modelo da SAF do Botafogo: ‘Tem um rosto. Tem algo muito grande acontecendo ali, Textor está vendo o boi dele engordando’

Pedro Ivo Almeida
Reprodução/Charla Podcast

Um dos primeiros clubes do Brasil a se tornar SAF, o Botafogo colhe os frutos em 2023. Quais seriam as razões? Seria o profissionalismo? O comentarista Pedro Ivo Almeida participou do “Charla Podcast” esta semana e destacou outros fatores, como o envolvimento de John Textor com o projeto.

Se a bola entra, eles são picas. Se não entra, (dizem que) é porque não são Botafogo. Se você bater papo com rapaziada do Cruzeiro, são profissionais. Idem no Bahia, idem no Vasco, pegando exemplo de SAFs. O que acho que diferencia no Botafogo é que tem um rosto, um dono, um cara que gostou da brincadeira. Isso vai muito além de SAF e profissionalismo. Futebol não é ciência exata. Acredito em determinados modelos de SAF. Deixou a coisa chegar no fundo do poço, você fica refém, mas o que acontece é, quem é o rosto da 777? Quem fica indignado se a bola não entrar? Se a bola não entrar no Cruzeiro, você sabe quem vai cobrar (Ronaldo). Você tem situações que são humanas. Você acha que Textor debruçado no dinheiro que tem quando entra no Nilton Santos, balança a bandeira, gritam o nome dele, não mexe com ele? Não acha que quer fazer aquilo dar certo? Que na hora de assinar cheque pode esticar um pouco mais? Não acha que tem algo que vai além da matemática e da planilha? – indagou Pedro Ivo.

Além do profissionalismo, isso diferencia. Ele mexe com times pelo mundo, o dele na Inglaterra não vai bater campeão da Premier League. O time dele no Brasil com projeto muito recente vai bater campeão brasileiro, por “N” motivos. Aquilo ali mexe, a autonomia que vai dar ao Thairo (Arruda, CEO), o que vai liberar para o diretor de futebol (André Mazzuco) fazer. Esse envolvimento também ajuda a explicar. Sou radicalmente contra achar que futebol é computador, planilha, ciência exata. Futebol precisa ter algo além. Você precisa entender porque dá certo além da planilha, do salário em dia, do profissionalismo do Thairo, da gestão comercial do Nilton Santos, da busca por gramado melhor. Se o dono não estiver olhando o boi engordando de perto, como o boi cresce aos olhos do dono, vai ficar largado. A demora para aprovação de uma carta de crédito vai demorar sete dias – pontuou.

Outro exemplo citado por Pedro Ivo Almeida foi a demissão de Bruno Lage.

Como o Botafogo troca o Lage? É uma situação de emergência, deu uma cagada, barração do Tiquinho Soares, resolveu no dia seguinte. Porque tem algo muito grande acontecendo ali, não pode esperar. O Textor está vendo o boi dele engordando, vai ficar bonito, vai vender bonito para caramba. Ele gosta de dinheiro acima de tudo, SAF é dinheiro, mas também gostou para caramba de balançar a bandeira, de ver a torcida de volta, de pegar o clube do Garrincha, de mexer com a autoestima dos botafoguenses. Os caras estão mexidos. E é para menos? Estão vivendo um negócio, você acha que não está tocando também o Textor? Não tem uma fórmula, não dá para replicar em outros clubes. O Vasco achou que era fácil tocar a SAF – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e Charla Podcast

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