O Botafogo vencia o Aurora (BOL) por 1 a 0, tinha o jogo até certo ponto controlado, mas enfraqueceu após as substituições levou o gol de empate no fim. Ao analisar a partida, o comentarista Rodrigo Coutinho estranhou as alterações feitas pelo técnico Tiago Nunes.
– Quem estava acompanhando depois dos 40 minutos sabia que a qualquer momento o Botafogo sofreria o gol. Já era uma tragédia anunciada. Com o requinte de crueldade do fim (gol perdido por Mateo Ponte). O Botafogo teve um período bom, entre os 15 e os 30 minutos, quando aciona o Victor Sá nas costas da defesa do Aurora. Antes disso e depois disso, ainda no primeiro tempo, sofreu muito. Nos minutos iniciais, marcando mal, não encontrando o tempo da bola, dando o desconto da altitude. Poderia ter levado um gol antes dos dez minutos. Já na reta final do primeiro tempo, novamente sofreu pressão. Na segunda etapa, consegue arrefecer a pressão do adversário. Foi um Botafogo que conseguiu o protocolo contra a altitude, que é ficar com a bola, se aproximar. Aí vieram as substituições. É o grande passo que Tiago pecou. Primeiro a saída de Tiquinho Soares, que tinha atuação ruim, mas quando entra no cenário de ter a bola ele é fundamental, porque faz boas escolhas no campo de ataque. Tanto que estranha a substituição. O Victor Sá a mesma coisa, foi sacado e era um dos melhores do Botafogo. A leitura do momento foi ruim. Com outras mexidas, jogadores entraram mal, como Tchê Tchê e Savarino, o Botafogo deixou de ter a bola. Era um time frágil, limitado e sofria defensivamente, sobrecarregando sua defesa – apontou Rodrigo Coutinho, no programa “Redação SporTV”.
– Não era um trabalho fácil de fazer na temporada passada, ele se colocou à parte do processo. Naquele momento tinha razão, tentando recuperar emocional e reorganizar o time. Começa a temporada, em 30% das coletivas de 2024 ele cita 2023. É claro que é impossível deixar de considerar porque foi algo inédito. Mas cada três jogos do Tiago, isso acontece uma vez – acrescentou.
O comentarista elogiou o elenco do Botafogo e pediu o fim da instabilidade emocional.
– O elenco do Botafogo não é fraco, tem bons jogadores, opções na reserva, mas é claro que tem lacunas, como reservas para Tiquinho e Eduardo. Poucos times do Brasil têm pontas como o Botafogo. O elenco não é limitado, é um dos seis, sete melhores do país. Foi muito traumático o que aconteceu no fim do ano passado, muitos jogadores estão desgastados. Na minha visão, se não tenta mudar a realidade, ela te engole. Se a cada revés você fala do lastro emocional do ano passado, por mais que tenha, isso vai sendo repetido e o jogador vai vestir essa carapuça. É hora de dar um basta. É claro que tem efeito emocional, mas alguém tem que dar um basta, e a voz mais ativa é o treinador – completou.