Falta de repertório ofensivo. Foi esse o principal problema do Botafogo apontado pelo comentarista Rafael Marques depois da derrota para o Red Bull Bragantino por 1 a 0 neste sábado, em Bragança Paulista. Segundo ele, o Alvinegro terá de lidar com o fato de todos os adversários se prepararem bem para enfrentar o atual campeão brasileiro e da Libertadores.
– O Botafogo, em algum momento, iria ter algum tipo de problema, até porque todo mundo hoje monta o seu jeito de jogar para enfrentar o Botafogo. Mesmo não sendo o mesmo time do ano passado, que ganhou a Libertadores e o Brasileiro, sem peças importantes como Luiz Henrique e Almada, ainda é um Botafogo muito respeitado e o meio do futebol tem muito disso, as pessoas se conhecem, se falam. Claramente o Fernando Seabra, que é um bom treinador e conhece de futebol, montou uma estratégia para tentar abrir o placar cedo, com marcação pressão, tirando o conforto da saída de bola do Botafogo, imprimindo velocidade e apostando numa estocada pelo lado do campo para gerar a oportunidade do gol e fez 1 a 0 – analisou Rafael Marques no “Sportscenter”.
– O gol condiciona o jogo, chama mais o Botafogo, ocupa mais a sua intermediária, e o Botafogo penteia, tem posse de bola, desenvolve as jogadas, baixa a circulação da bola, tenta potencializar os homens de meio-campo e ataque, coloca todo mundo na linha construtiva no jogo, mas o jogo não se desenvolve. Tirando a oportunidade do Igor Jesus na trave, no primeiro tempo o Botafogo não teve grandes chances, o Bragantino também não, mas foi um jogo bem jogado. No segundo tempo acho que fisicamente os dois times sentiram o jogo um pouco mais cedo e aí automaticamente o desempenho técnico da partida caiu – completou.
Segundo o comentarista, a marcação alta dos adversários tende a dificultar as ações alvinegras.
– Todo mundo que for enfrentar o Botafogo, que estiver disposto a imprimir uma marcação muito alta de início para tentar sufocar, recuperar uma posse, fazer um gol, pode deixar o Botafogo em desconforto. É uma fase de transição, tem muitos momentos que a gente vê o Botafogo jogar e percebe movimentos sincronizados semelhantes aos que eram feitos na época do Artur Jorge, embora o Renato Paiva acertadamente no seu discurso não goste muito que esse tipo de cenário seja alimentado diariamente, mas em outros momentos é o Botafogo que vai carecer um pouco mais de repertório ofensivo para poder vencer, principalmente equipes bem compactas como é o time do Bragantino – frisou.