O Botafogo segue sem treinador desde a saída de Artur Jorge, na virada para 2025. O nome mais comentado atualmente é o de Roberto Mancini, que teve reunião presencial com John Textor. No programa “Troca de Passes“, do “SporTV“, o comentarista Paulo Cesar Vasconcellos fez ponderações sobre o italiano.
– A escolha do técnico tem que ser muito criteriosa, porque é um técnico que vai pegar um vestiário vitorioso, de Libertadores, de Campeonato Brasileiro. Quando você fala de Mancini, eu acho um nome, um currículo encorpado, agora, eu tenho para mim muito claro que é o seguinte, qualquer técnico que venha de fora para trabalhar no Brasil tem que vir com fome, tem que vir com a ambição de fazer um grande trabalho, o que caracterizou Luís Castro e Artur Jorge, só para ficarmos no Botafogo. Será que o Mancini é um cara que vai chegar aqui querendo trabalhar com fome de título ou vai chegar aqui dizendo “eu sou Roberto Mancini”? Essa que é a questão, é isso que precisa ser discutido – disse PC Vasconcellos, que deu pitaco sobre Carlos Leiria.
– Em campo, entendo que que o Carlos Leiria também pode começar a fazer um trabalho um pouquinho mais autoral, dar um pouquinho, uma pitada aqui e ali do que ele gostaria de ver na equipe, embora ele saiba que vai ser um interino, que tem um prazo de validade. Mas acho que está faltando um pouco isso – acrescentou.
PC Vasconcellos admite que é difícil o Botafogo encontrar um novo treinador e que o trabalho também não será simples.
– Acho que essa sucessão do Artur Jorge não é uma coisa muito fácil de você fazer. Porque com o Artur Jorge o trabalho não foi de excelência apenas na montagem da equipe. Eu me lembro de um episódio, após a rodada em que o Botafogo empatou com o Vitória no Nilton Santos e o Palmeiras ganhou do Atlético-GO, na segunda-feira, ele convocou uma coletiva pra falar que o time estava muito bem, que ele trabalhava. Ou seja, ele também fez uma costura de ambiente. Você tem que trazer alguém agora que consiga estimular esses jogadores e trabalhar esse aspecto dos jogadores. Técnico você encontra na primeira esquina. Você virou, na primeira esquina tem uns cinco. Para trabalhar num time que é campeão brasileiro e campeão da Libertadores, tem uns dez. Agora, ter o perfil pra trabalhar com um grupo que saiu de uma situação onde todos eram considerados amarelões, “não sabem ganhar, poxa, tá vendo, na hora H vai fraquejar”, e aí termina o ano com o título de brasileiro e de uma Libertadores, em que jogou durante 110 minutos com um a menos. Esse técnico ter a sabedoria de gerir esse grupo, explorar o máximo desse grupo, não deixar esse grupo ficar soberbo, não é uma coisa muito fácil pra você encontrar – completou PC.
