O Botafogo precisava fazer apenas 24 pontos no segundo turno para ser campeão brasileiro. Fez apenas 17 em 19 jogos e terminou fora até mesmo do G-4, finalizando na quinta colocação no Campeonato Brasileiro. O último revés foi a derrota por 3 a 1 para o Internacional, nesta quarta-feira, no Beira-Rio.
– O resultado mais fácil de acertar foi a vitória do Inter sobe o Botafogo, o que já definia a manutenção do G-4. O Botafogo em momento algum entrou no G-4, porque precisava vencer. Não deu emoção. Há 11 jogos não promove emoção positiva para o seu torcedor. Cometeu muitos erros, que não foram superados, inclusive internamente, pela gestão do futebol e pelos jogadores, que assumiram a responsabilidade e não tiveram força para assumir as rédeas da campanha, segurar uma vantagem que foi historicamente construída. A matemática é muito cruel e bate na alma do torcedor do Botafogo. O time fez 47 pontos no primeiro turno e precisava de 24 no returno, ser a 15ª melhor campanha, não conseguiu. Sequência de 11 jogos sem vencer, tropeços inexplicáveis, desmoronou emocionalmente a partir de vários momentos. Aquela virada do Palmeiras inicia processo cruel com o torcedor de perda de pontos nos minutos finais das partidas. Foram sete pontos perdidos no último chute ou cabeceio da partida. Boto muito na conta dos jogadores, que não tiveram estrutura para conquistar título que eles pavimentaram com segurança até então e faltou controle emocional – afirmou o comentarista Carlos Eduardo Éboli, no “Redação SporTV”.
A comentarista Jéssica Cescon foi outra a analisar o decepcionante fim de ano do Botafogo.
– Essa última rodada, veja só, o time que estava 13 pontos, que liderou, chega obsoleto. Poderia atrapalhar o plano de alguém e conquistar vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Foi totalmente coadjuvante nessa história, melancólica a maneira que termina, sem aspiração de esperança do torcedor. Embora se olhar o recorte, o que tem de base para o ano que vem, é interessante. Mas é melancólico terminar o ano sem ter quase nada para fazer – disse Jéssica, que acredita que faltou um treinador mais experiente após a saída de Bruno Lage.
– Quando o grupo sustenta Lucio Flavio, até concordei. Estava bem, não precisava de muita mudança, ele tinha o apoio. Talvez faltou experiência para quem estava dentro do Botafogo de entender que precisava sim de uma personalidade capaz de sustentar a pressão que era ter o Botafogo líder. Se assustou em ter que sustentar dez pontos até o final, se tornou um fardo pesado. Naquele momento os jogadores não deram conta de que não tinham condição de carregar, nem a direção. Precisava de um personagem com experiência, estofo, para blindar o vestiário e fazer o que era necessário – completou Jéssica Cescon.