Comentarista da rádio Jovem Pan, Wanderley Nogueira foi lúcido e sensato ao comentar as denúncias de John Textor de manipulação de resultados no futebol brasileiro. Ele deixou um recado claro para quem tem criticado o acionista da SAF do Botafogo.
– Ninguém está desconsiderando o que o cara falou. Esse caso Textor está aumentando a temperatura, está muito claro. Na medida que o caso não foi aceito pelo STJD, foi ignorado, ele ficou “P” da vida, aumentou o volume do escândalo, até que apresentou ao Ministério Público e à Polícia Civil. Não cumpriu determinação do STJD, que ameaçou o julgamento, mas quis ouvi-lo. O Dr. (Felipe Bevilacqua suspendeu o julgamento entendendo que encontrou muitos indícios, que justificavam investigações. Em silêncio, a CBF. De vez em quando deu uma pitadinha, quando consultei ela disse que é da esfera da justiça e que está processando esse senhor, não por esse caso específico. Textor está sendo chamado de louco, de maluco. Confesso que tive muita vontade de chamá-lo de maluco também quando isso tudo começou, não sei se tem problema patológico, se é um mega extravagante, mas só tirei o pé porque não conheço as 180 páginas nem os vídeos nem as gravações. Pouca gente conhece. Inclusive jornalistas – alertou Wanderley Nogueira.
– Não ouvi o STJD chamá-lo de maluco, nem a Polícia Civil nem o Ministério Público. Estou acompanhando o raciocínio. No Senado da República, com vários senadores, ele foi elogiado por todos. Ninguém chamou o cara de maluco. As autoridades que ouviram esse cara pegaram o papel, as 180 páginas. Nós falamos a milhares de quilômetros de distância, não vimos uma página. Os caras que ouviram, não foram zé manés, foram um promotor, um delegado, auditores e senadores. Esses caras têm responsabilidade. Estão fazendo teatro? É por isso que me segurei para não embarcar nessa de chamar de louco ou maluco. Quero saber se no fim da história ele é louco, maluco, inconsequente, irresponsável, leviano, se vai ter pacotão de processos para cima dele. Mas como vou chamar de maluco se não peguei um papel e todos os caras importantes que ouviram não o chamaram de maluco? Vou chamar por chamar, só para ir nesse barco? Ou é melhor o princípio de cautela? – indagou.
Por fim, o comentarista pediu velocidade nas investigações e punição a John Textor se não comprovar irregularidades.
– De todo esse cenário, o que não pode é se arrastar. Existem algumas coisas que podem, 15 anos para decidir um processo, essa não. É início de Campeonato Brasileiro, se não for decidido ou esclarecido, tipo “não vale nada, segue a vida e Textor está fora”. Se não apresentar provas ou algo realmente robusto, tem que ter eliminada sua relação com o futebol. Não é pouca coisa. Fez um estrago extremamente importante em um país importante no futebol. Logo no primeiro momento falamos isso. Tem chance de virar salvador do futebol, a favor da pureza, ou vai se transformar em um pária e ter que sair do futebol. Não pode fazer um negócio desses – completou.