O Botafogo foi a campo com um time praticamente inteiro de reservas e acabou empatando em 1 a 1 com o Defensa y Justicia (ARG), nesta quarta-feira, no jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana, no Estádio Nilton Santos. No programa “Redação SporTV”, o comentarista André Loffredo usou como exemplo o Palmeiras, que goleou o Deportivo Pereira por 4 a 0 pela Libertadores e não concordou com a decisão alvinegra.
– O Palmeiras mudou um jogador apenas ontem, teve uma alteração, que sinceramente nem entendi, mas quando acontece o jogo o resultado acontece. No caso do Botafogo, trocar todos os jogadores vai causar um impacto negativo. Fez jogo de igual jogando com reserva. E se tivesse colocado time titular? Imaginando força total, talvez fosse possível vitória que permitisse administração de elenco para o próximo jogo, que tem viagem. E é administração, não poupar todos os titulares e mais alguns reservas, como o Segovinha. Ele joga sempre, quando entra o time reserva ele não joga? É poupar por poupar. Até porque a distância é mais fácil de administrar no Campeonato Brasileiro que em um jogo eliminatório da Sul-Americana. Se passar pelo Defensa, está a três jogos do título. E no Brasileiro está a 18 – frisou Loffredo.
– Enquanto não tinha a vantagem (no Brasileirão), administrar poderia ser uma ideia. A partir do momento que faltam quatro jgoos para um título internacional, podendo trabalhar para ganhar os dois, tem que trabalhar para isso. Bruno Lage diz que não trabalha com 11 fixos, mas não é verdade. Na cabeça dele tem uma escalação titular, todo técnico tem, para se tiver um jogo decisivo agora. Ele fala isso porque quer manter o ânimo dos não titulares, para administrar elenco. Mas trocando tudo de uma vez é uma administração errada – acrescentou.
O jornalista Luiz Teixeira seguiu na mesma linha.
– O grande exemplo é que quando só coloca reservas, dá melhorada quando entram titulares, o time tem evolução muito nítida. No segundo tempo, com Luis Henrique e Diego Costa, o Botafogo nitidamente melhorou. Abriu o placar e quase fez 2 a 1 com Luis Henrique no fim. Com peças do banco ou não usadas, poderia conseguir vantagem mais confortável. Mas a opção foi essa, já havia sido com Luís Castro, pode ter preço grande lá na frente – alertou Luiz Teixeira.
– Falávamos sobre recortes, no recente do Botafogo os empates vão falar alto. Ontem usou reservas na Sul-Americana, em que tem grande oportunidade. Se não for o melhor, é um dos melhores. Ontem o jogo grita mais porque, além de se complicar, permitiu muito ao adversário. Tem também recorte da insistência com alguns jogadores, usa essa fase como laboratório, o Lucas Fernandes teve duas ou três oportunidades, mas está em rotação diferente de outros jogadores, inclusive o Gabriel Pires, que vinha de lesão e mostrou que pode fazer diferença. O Botafogo cedeu muitas oportunidades, foi muito passivo e tranquilo, diante de um cenário que não se pode ter tanta tranquilidade assim – completou.