Lucio Flavio vai deixar o comando do Botafogo, com Tiago Nunes substituindo-o. No entanto, para o comentarista Vitor Birner, da ESPN, a culpa da queda de rendimento do time no Campeonato Brasileiro não pode ser colocada no atual técnico. Para ele, a questão é psicológica.
– Essa derrota é parte do todo. Se não tivesse tomado a virada para o Palmeiras, o Botafogo não teria perdido esse jogo. E com o jogador (Marçal) dizendo que o time não competiu? Aí é bem complicado. Você pode esperar qualquer coisa de um time nesse momento, menos falta de competitividade. É uma questão de divã, não tem como resolver. Não dá para colocar na conta do Lucio Flavio isso – afirmou Birner, durante o programa “F90”.
– Quando um time está insatisfeito, pede a saída de um técnico e escolhe o outro técnico, ele tem obrigação de responder em campo. E as respostas vieram muito ruins, ou nem vieram – completou.
Vitor Birner enxergou a situação do Botafogo fora de controle.
– Não vai ser uma mudança de esquema de jogo ou de método de treinamento que vai resolver o problema do Botafogo. A questão é mental e não existe fórmula para isso. A situação ficou imprevisível, está fora de controle, o botafoguense está desesperado, começou ontem apoiando e terminou chamando o time de sem vergonha. O Botafogo literalmente implodiu. Não dá para dizer que perdeu o título, mas o Botafogo não consegue administrar seu mental, seu emocional, a ideia tática, as execuções individuais… O Botafogo, de repente, para de jogar. Poucas vezes vi algo parecido na minha vida em jogos em sequência – disse.
No debate no programa, o comentarista Pedro Ivo Almeida disse que a mudança de comando é necessária para dar uma “chacoalhada”.
– Não gosto de falar que alguém tenha que sair ou ser demitido. Mas o que acho é que o Botafogo manteve o Lucio Flavio sem nenhuma convicção, ele deu poder aos jogadores, porque não sabia o que fazer, e confiou no que os jogadores estavam falando. Não é uma questão de demissão, de interromper projeto. É o último suspiro. Pensar que o Botafogo está indo para o seu quinto treinador, é porque a situação está fora de controle. Não é mais projeto, se tal trabalho vai encaixar. É: “O que eu preciso para sacudir essa gente?” Não tem fórmula exata. Precisam se movimentar, qual é o chacoalhão? O que se busca é o fato novo, é o último suspiro – disse Pedro Ivo.
