Comentarista questiona chamada do VAR em pênalti de Barboza em Botafogo x Corinthians: ‘Se chancelarmos isso, acabou a autoridade do árbitro de campo’

Pênalti de Alexander Barboza em Botafogo x Corinthians | Campeonato Brasileiro 2024
Reprodução/Premiere

O Botafogo concedeu dois pênaltis para o Corinthians, um marcado em campo e outro após chamada do VAR. No programa “Linha de Passe”, da ESPN, o comentarista Breiller Pires questionou a atitude do árbitro de vídeo Igor Junio Benevenuto (VAR-Fifa/MG) de recomendar revisão no lance em que Alexander Barboza disputa a jogada com Raniele.

Na visão de Breiller, a interpretação do árbitro Anderson Daronco (Fifa/RS), que estava de frente para o lance, deveria ser respeitada – ele não apontou nenhuma infração mas, depois de rever o lance inúmeras vezes no monitor, acabou mudando de opinião.

– O Daronco está dentro da área. Ao contrário do primeiro pênalti, ele está numa distância curta, de frente para o lance, não tem ninguém na frente dele. Ele enxergou, viu o que aconteceu e não marcou. Eu acho OK dar esse pênalti, mas existe uma margem de interpretação – opinou Breiller Pires.

– O Raniele também dá uma forçada para cair. A partir do momento que a gente não chancela o árbitro que tem a visão de campo, está dentro da área, em distância curta, acabou a autoridade do árbitro de campo. [O VAR] É para corrigir erros crassos e evidentes. O que se tem de padrão no futebol brasileiro é que qualquer lance de contato que envolva interpretação é chamado pelo VAR. Eu, no campo, daria esse pênalti. Mas entendo que tem de valer a interpretação do árbitro – completou.

Breiller acredita que a linha de atuação do VAR no futebol brasileiro acaba deixando os árbitros cada vez mais inseguros:

– Esse tipo de lance é muito mais fácil para quem está ali no campo, porque você percebe intensidade, se o jogador tentou simular ou não… Quando o VAR chama para si a responsabilidade, acaba-se com toda a autoridade do árbitro, que está baseada em interpretação. Os árbitros vão ficando cada vez mais inseguros.

Os demais debatedores do programa acharam que o VAR foi correto, porque, na visão deles, a falta de Barboza foi clara. Porém, o comentarista Eugênio Leal concordou com o ponto levantado por Breiller.

– Concordo com o Breiller nesse aspecto da arbitragem brasileira deixar muitas interpretações para o VAR. O VAR tem que ser usado sempre com mínima interferência e máxima eficiência, é para o lance objetivo. Quando o árbitro viu o lance e interpretou, e ele estava de frente… Aí para, volta o lance, dois minutos, é muito chato para quem está acompanhando o lance. O jogo tem que fluir. Essa é a questão aqui no Brasil, o jogo para para lances que o árbitro de campo já viu. Ele está ali para ver e marcar o que ver – disse Leal.

Fonte: Redação FogãoNET e ESPN

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