Comentarista vê atuação do Botafogo ‘nível campeão da Libertadores’ até pênalti e ressalta: ‘Depois só venceu porque Estudiantes acreditou que poderia virar’

Carlos Eduardo Éboli, do SporTV
Reprodução/SporTV

Um Botafogo que viveu diferentes momentos dentro do jogo. Foi assim que o comentarista Carlos Eduardo Éboli viu a vitória alvinegra por 3 a 2 sobre o Estudiantes, nesta quarta-feira, no Estádio Nilton Santos, pela Libertadores. Ele analisou o jogo no programa “Redação SporTV”.

– Eu achei que, até o momento do pênalti, inventado, pênalti desse novo futebol que eu não consigo me acostumar, o Botafogo estava tendo uma atuação espetacular. Atuação de nível campeão da Libertadores. Com muito volume, muita autoridade. Pegou um Estudiantes muito bem posicionado na defesa, fazendo uma linha de cinco, sem a bola, com a bola liberando os laterais. O Botafogo, com a bola, atacava com seis jogadores, sete jogadores. Impressionante. Usando muito os lados do campo, acho que o Estudiantes condicionou também o Botafogo. O grande mérito do Botafogo para dominar o Estudiantes foi fazer uma leitura rápida e correta desde o início da partida. E encontrar essa maneira de chegar na área pelos lados do campo. Então, o lado direito com o Vitinho e com o Artur, mas o Artur muitas vezes vindo no meio. O Renato Paiva começa a enxergar no Artur a possibilidade de suprir essa ausência do Savarino, mas acho que o Artur ia dar uma dinâmica maior em termos de movimentação de campo que o próprio Savarino. E o Artur teve uma total liberdade para fazer o lado direito com o Vitinho, para vir no meio buscar jogo, trazer o Marlon Freitas para jogar mais próximo da área. E também jogou pelo lado esquerdo no gol, inclusive o primeiro gol sai com uma movimentação do Artur pela esquerda e virada do Jair Cunha, e o complemento do Rwan Cruz, que para mim foi a peça mais abaixo dos jogadores do Botafogo. O Rwan Cruz mesmo, tendo feito o primeiro gol, não estava bem e depois do gol continuou jogando meia boca. Continuou abaixo dos outros, tanto é que foi o primeiro a deixar o gramado, substituído pelo Renato Paiva. O Botafogo fez o 2×0 com o Igor Jesus, já pressionando no segundo tempo desde o início. Eu gosto quando um time, mesmo vencendo, mas bem no jogo, não muda de postura. “Vou controlar o jogo no campo do adversário”. Foi exatamente o que entendeu o Botafogo e entendeu corretamente. Agora esse pênalti, repito, inventado, colocou o Estudiantes no jogo – detalhou Carlos Eduardo Éboli.

– E eu achei que o técnico do Estudiantes foi muito feliz nas alterações. Principalmente a entrada do Piovi e do Farías. Dois jogadores que deram o que o Estudiantes precisava de posicionamento no campo do Botafogo. Isso começou a causar um desconforto, sim, ao Botafogo. E aí você vê, do outro lado, uma queda física de um time que foi muito intenso durante 60 minutos. E naturalmente, no final do jogo, seria normal essa queda física. Daí que eu entendo a infelicidade também do Renato Paiva nas primeiras alterações. Porque ele não quis mudar o modelo do jogo. Foi um modelo que funcionou, mas que, a partir do crescimento do Estudiantes, o Botafogo deveria ter pensado mais no placar, em segurar um pouco mais o jogo, em controlar novamente o jogo no meio-de-campo, como ele vinha fazendo muito bem. E esse crescimento do Estudiantes deu esse tom dramático à partida. E digo mais. Para mim, o Botafogo só venceu o jogo porque o Estudiantes acreditou que poderia virar a partida – opinou.

O comentarista acredita que o time argentino se lançou demais ao ataque e abriu caminho para o Botafogo.

– Depois de fazer o segundo gol, o Estudiantes estava bem na partida e adotou uma postura de buscar a vitória. Para vocês perceberem, o gol do Botafogo, o golaço do Artur, pega o Estudiantes quase que todo no campo do Botafogo. E ele não precisava partir para a vitória. O empate já seria ótimo para o Estudiantes, porque pega o Carabobo última rodada. Ele só dependeria dele para se classificar. Continua só dependendo. Porque tem o confronto direto entre a Universidad de Chile e o Botafogo. Mas esse ímpeto, como o Estudiantes se animou, proporcionou o lançamento do Marlon Freitas e esse golaço. O Artur foi o nome da partida, salvou uma vitória que parecia estar escorrendo pelos dedos e recolocou o Botafogo nessa disputa. Se não fosse o Artur, o Botafogo hoje estaria fazendo conta e com grande chance de ser eliminado na última rodada – afirmou Éboli.

Fonte: Redação FogãoNET e SporTV

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