O que esperar de Martín Anselmi no Botafogo? Anunciado oficialmente na noite desta segunda-feira, o técnico argentino vai assumir em 2026. Na “Central do Mercado”, do “GE”, a comentarista Jéssica Cescon fez uma análise sobre o treinador.
– A gente não tem uma amostragem pra gente poder dizer assim, para ter uma convicção que ele vai demonstrar dentro do Botafogo. A gente sabe o estilo de jogo dele, que é um estilo de posse de bola, ir buscando o gol o tempo todo. No Porto, eu avaliei que ele tinha uma dificuldade de manter a consistência defensiva na equipe, por ser uma equipe que quer atacar bastante. Às vezes confunde essa manutenção de posse de bola com verticalidade, que são duas coisas que não se conversam muito bem quando um time é muito vertical. Naturalmente, não vai ter a posse da bola o tempo todo, a não ser que tenha uma pressão pós-perda muito bem feita para poder parar muito bem. E assim, onde ele passar, se essa pressão pós-perda não funcionar, o time vai estar exposto defensivamente. E eu vi isso acontecer, achei que isso aconteceu no Porto na passagem dele. Então, acho que esse é um ponto de atenção em relação ao trabalho dele – frisou Jéssica, que também fez elogios.
– Ele vem sempre com ideias, em todos os times que ele passa. Ele chega com ideias muito frescas de futebol atual, intensidade, do que o futebol de hoje pede, dessa verticalidade, de buscar o gol o tempo todo. Então, eu imagino que ele tem a ver com o Botafogo Way, inclusive. Acredito que ele vai tentar apresentar um futebol agradável de se ver, que o torcedor do Botafogo gostou de ver nos últimos tempos, ainda que tenham passado alguns treinadores com estilos diferentes, mas que busquem o gol, ofensivos. Esse é o Botafogo Way, é legal de ver um time jogar assim. E um ponto de atenção que eu colocaria é a questão defensiva – acrescentou.
Para a comentarista, o trabalho de Anselmi no Porto não pode ser a única referência.
– Sobre a avaliação dele no Porto, ele já chega em janeiro, em um Porto que estava mal. Já tinha sido eliminado das competições internacionais, o Porto já não tinha muito ali o que disputar nessas competições, ele chegou para tentar fazer uma reviravolta, para mudar um pouco. O Porto estava jogando e ele não conseguiu. Também não acho que é culpa do treinador por não conseguir, às vezes já pega um elenco que não está encaixado, com uma crise política, com uma série de fatores, o treinador não é mágico também. E culminou em uma Copa do Mundo de Clubes que foi muito frustrante, porque o grupo do Porto era o mesmo do Palmeiras e ele não conseguiu fazer frente a ninguém. Então, sempre se tem uma expectativa de que o Porto vai competir mais. Ali frustrou muito. O Porto passou dificuldade, assim, muita dificuldade defensiva para competir assim. Não estou dizendo que a gente tem que tirar essa dificuldade defensiva do Porto como a leitura do trabalho do Anselmi. Porque, às vezes, é o time que está numa outra batida. Ele vai ter que ter essa preocupação defensiva para isso não se repetir no Botafogo. E eu acho que o time do Botafogo é o time mais intenso e que tem essa disciplina um pouco maior para ser mais aplicado à questão defensiva, da pressão pós-perda, pois vai ser uma equipe que vai querer ter a bola o tempo todo – concluiu.
