A postura defensiva do Botafogo na eliminação para o Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes foi considerado o estopim para a demissão do técnico Renato Paiva por John Textor. No entanto, o comentarista Rodrigo Coutinho revelou que não houve orientação por parte do treinador português para que o Glorioso atuasse recuado na partida realizada no último sábado na Filadélfia, citando conversas que teve com pessoas do clube.
– Tenho uma opinião muito diferente da grande maioria das pessoas com relação ao jogo contra o Palmeiras. E fui até buscar informação com gente dentro do clube para tentar entender se isso de fato tinha acontecido. Porque, na minha opinião, o Botafogo não entrou em campo contra o Palmeiras para ser reativo. A presença do Danilo Barbosa como volante não faz do Botafogo um time reativo por si só. Danilo, inclusive, é um volante que tem saída para o ataque, tem boa retenção de bola – iniciou Coutinho.
– Na preleção, não foi pedido aos jogadores para deixar o Palmeiras com a bola, baixar o bloco e jogar em contragolpe. Pelo contrário, o Botafogo não conseguiu fazer no campo. Aí é uma outra história. Aí a gente vai para a história de se realmente o time estava pronto para executar a proposta que o treinador tinha pedido ou não. Se a crítica for essa, eu concordo. Se a crítica for: jogou reativo porque entrou com um volante a mais, desculpa, acho que isso daí não é justificativa. Na minha forma de ver futebol, não funciona assim – completou, durante o programa “Tá na Área”, do SporTV.
Vitória sobre o PSG foi ‘aula de como defender’
Rodrigo Coutinho mostrou não ter concordado com a demissão de Renato Paiva, poucos dias depois da histórica vitória sobre o PSG. O comentarista, entusiasta do estudo tático do futebol, considerou aquela partida no Rose Bowl como uma “aula de como defender”.
– Não entra na minha cabeça que o Botafogo, depois do jogo contra o PSG… Você pega aquele jogo ali, a parte defensiva, curso de treinador, curso de analista de desempenho, de scout, aquilo é uma aula de como defender. É uma aula de como entender como um time que é o melhor do mundo hoje ataca, como faz para criar desequilíbrio na defesa adversária. Está na história lá: PSG 0x1 Botafogo. Ninguém vai apagar isso e ninguém vai apagar o tipo de jogo que o Botafogo fez – afirmou Coutinho.
– Dirigente não pode pensar com cabeça de torcedor. Não entra na minha cabeça que dez dias antes da demissão esse mesmo dirigente interrompa uma entrevista para dar um beijo nesse treinador, mostrando gratidão por um grande resultado que o Botafogo conquistou e com uma estratégia absurdamente histórica – prosseguiu.
Luís Castro não foi ‘Botafogo Way’
Na avaliação do comentarista, o trabalho de Renato Paiva tinha “problemas naturais a um trabalho de três meses”, iniciado já em cima do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. Coutinho ainda fez uma crítica irônica aos pleitos de John Textor para que aconteça o chamado “Botafogo Way”.
– O Botafogo Way que o Textor falou quando ele assume o Botafogo lá atrás aconteceu com o Artur Jorge. Mas quando o Botafogo, por exemplo, era líder do Campeonato Brasileiro de 2023 com o Luís Castro, não era o Botafogo Way. O Botafogo do Luís Castro muitas vezes jogava no contra-ataque. Então, assim, quando está ganhando, está bom, quando está conquistando o resultado, presta. A partir do momento em que o resultado não vem, não presta? – pontuou.