A opção do Botafogo de usar um time quase todo reserva no empate em 1 a 1 com o Defensa y Justicia nesta quarta-feira, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, encontrou eco no debate do programa “Linha de Passe”, da ESPN. O comentarista Vitor Birner disse que o Glorioso faz certo em priorizar o Campeonato Brasileiro, no qual é líder isolado, com 11 pontos de vantagem.
– O Botafogo precisa concentrar todas as forças no Campeonato Brasileiro. É o campeonato mais difícil da temporada, que, com exceção daquela canetada da CBF por outras questões, ele só tem um título na sua história. O Botafogo abriu uma margem de pontos que permite a ele ter tropeços e oscilações e ainda precisa que algum time comece a ganhar consecutivamente para encostar. Essa opção (de usar reservas) eu imagino que tenha sido conversada pelo treinador com quem administra o clube, porque decisões como essa numa SAF têm que ser tomadas em conjunto – afirmou Birner.
Parte da torcida do Botafogo que foi ao Estádio Nilton Santos não gostou do resultado e vaiou a equipe e o técnico Bruno Lage no apito final. Vitor Birner não concordou com a atitude.
– Olhar para o treinador e vaiá-lo… É um técnico que tem implementado coisas bem interessantes, que tem mais alternativas ofensivas, apesar de ser um time que marca um pouco pior, é um técnico com nível europeu, que só está no Botafogo provavelmente porque o John Textor foi lá, tem a chance de ser campeão… Eu entendo a insatisfação com a atuação, mas não entendo no atual momento uma vaia ao técnico. Porém, respeito as emoções dos torcedores – disse.
Os comentaristas Leonardo Bertozzi e Gian Oddi também reprovaram as vaias.
– Tem que olhar para a figura maior. O título brasileiro que o Botafogo tem a chance de conquistar esse ano vai chegar num momento bem antes do que poderia se imaginar nesse projeto. Todo esforço tem de ser direcionado a isso. As escolhas de hoje são absolutamente compreensíveis, e dava para ganhar mesmo com esse time, levou um gol num lance de infelicidade do Gatito. Não é hora de trazer qualquer tipo de negatividade para o ambiente do Botafogo – pontuou Bertozzi.
– Não existe apoio incondicional no Brasil, não é demérito da torcida do Botafogo, infelizmente é um padrão dos torcedores no Brasil e eles têm direito de xingar e vaiar, desde que não sejam violentos. É tão contraproducente, tão ruim, não traz nada de positivo. É muito difícil entender, ainda mais com um time com essa vantagem no Campeonato Brasileiro – finalizou Oddi.