O Botafogo assina nesta quarta-feira com a Prefeitura do Rio de Janeiro a renovação da concessão do Nilton Santos. O contrato vigente expiraria apenas em 2033 — o acordo original iria até 2031, mas foi dado dois anos a mais ao Botafogo por causa da pandemia — será estendido até 2053. A informação foi publicada pelo colunista Lauro Jardim.
Ainda de acordo com o colunista, até quarta, ainda será discutido a possibilidade de o Botafogo poder usar o estádio por mais 20 anos, ou seja, até 2073.
A nova concessão do estádio prevê algumas obrigações ao Botafogo. O clube terá, por exemplo, que fazer melhorias estruturais, rediscutir o reequilíbrio financeiro da operação do estádio (apenas em 2020, primeiro ano da pandemia, o prejuízo do Botafogo foi de R$ 7 milhões) e tornar sua funcionalidade mais ampla. Caberá ao Botafogo fazer com que aconteçam shows e eventos no Nilton Santos, além de revitalizar toda a área externa.
O novo contrato pode ajudar o Botafogo em duas frentes. Uma delas é a possibilidade de conseguir um patrocinador para batizar o estádio, o que é chamado de “naming rights”. Geralmente esse tipo de patrocínio envolve muito dinheiro e um longo prazo de parceira. O Corinthians, por exemplo, no ano passado fechou uma parceria de 20 anos com uma empresa e receberá em troca R$ 15 milhões por ano. Com apenas mais 12 anos de concessão, seria difícil o Botafogo conseguir um parceiro comercial.
Outro fator que a concessão ajuda ao Botafogo é no processo de transformação do clube em Sociedade Anônima. Após a transição, os ativos do futebol passarão para o novo investidor. Com isso, a concessão do Nilton Santos também será repassada. E o tempo maior de contrato pode render ofertas maiores.
Esse, inclusive, é um assunto que já foi discutido no Botafogo, e juridicamente não há empecilho em repassar a concessão a um investidor. Atualmente isso já acontece. O detentor do direito de uso do estádio pé a empresa chamada Companhia Botafogo, que cede a cessão ao clube. O mesmo seria feito com o investidor.
A negociação foi feita pelo CEO do Botafogo, Jorge Braga, que se empenhou na prorrogação da concessão por deseja o naming rights, junto ao secretário de Fazenda do município, Pedro Paulo Carvalho.