A situação de Luís Castro no Botafogo foi bastante debatida no programa “ESPN F360” na manhã desta segunda-feira, dia seguinte à vitória sobre o Palmeiras. John Textor admitiu que o treinador tem proposta do Al-Nassr e que a decisão estará nas mãos do português. O próprio treinador, no entanto, não deu pistas do que irá acontecer.
– A parte financeira é muito importante para qualquer profissional, em qualquer ramo. Mas o prazer pelo trabalho, um bom ambiente de trabalho, a boa estrutura, o tesão pelo trabalho que ele tem mostrado, isso muitas vezes para uma pessoa que já tem uma situação financeira boa pode fazer com que ele recuse uma proposta milionária – opinou o apresentador Abel Neto, continuando:
– Dá para comparar a situação dele com a que o Jorge Jesus passou no Flamengo ou com o Abel Ferreira no Palmeiras. O Jorge Jesus fez história no Flamengo e foi embora, não quis continuar. O Abel fez história no Palmeiras e quis continuar fazendo história. No caso do Botafogo, se ele fizer história é mais marcante ainda porque o Palmeiras já vinha de uma sucessão de títulos, o Botafogo está há mais tempo carente.
A comentarista Nathalia Ferrão frisou que a possibilidade de fazer a história num clube do tamanho do Botafogo também pode pesar.
– Se ele fizer história com esse time agora, jogando com a propriedade e a intensidade que está jogando, o quanto ele não entra para a história de um clube como esse? Quanto ele não cresce na carreira dele? Mas ele vai pesar o resto. Eu acho que ele fica, mas a muito custo, porque é um cara que geralmente honra os compromissos dele. Mas é difícil, é uma decisão muito difícil, como o próprio Textor falou – disse Nathalia.
Por sua vez, o comentarista Eugênio Leal disse que o respaldo que John Textor sempre deu a Castro pode ajudar, mas ponderou que o comportamento do Botafogo na janela do meio do ano também pode ter influência.
– Eles se entendem, o Textor tem feito tudo por ele. Lá atrás quando o contratou, esperou ele acabar lá no Qatar, chegou já em cima da hora do Campeonato Brasileiro começar. Nos momentos difíceis, de cobrança, de exigência, o Textor nunca duvidou do potencial dele. Na hora de maior pressão, perguntaram a ele e ele respondeu: “Estou satisfeito, é o meu técnico”. Ele manteve o tempo inteiro e agora está colhendo os frutos – disse Leal, prosseguindo:
– Textor deve ter uma relação muito próxima suficiente para colocar a realidade para o Luís Castro, passar o que ele pretende em termos de investimento para o time. Ele já desabafou recentemente sobre o fato de o time hoje não ser rentável. O Botafogo é um negócio para ele, ele investiu, olha para o balanço e está perdendo dinheiro. Agora vai ter a janela, podem sair jogadores? Vamos contratar quem? Essa conversa também pesa.
Por fim, o comentarista Celso Unzelte foi mais pessimista.
– Eu esperava um Textor um pouquinho mais combativo, peleando um pouco mais. Tem que pelear, né? Eu acho que o Castro vai embora, se a proposta ainda estiver de pé. Sei que é chato para todo mundo, mas… – palpitou.