Diretor de futebol do Botafogo, Pedro Moreira deu entrevista ao programa “G4”, do Bandsports, nesta terça-feira, valorizou a temporada do clube, garantiu foco em mais conquistas ainda em 2024 e comentou sobre 2025.
Leia abaixo os principais trechos:
Ano do Botafogo
– É uma oportunidade de falar um pouco do que é esse momento do Botafogo, mas que é fruto também de uma longa construção. Como vocês sabem bem, o Botafogo, desde que virou SAF, vem não só fazendo investimentos em time de futebol, mas também procurando melhorar a sua organização como um todo, procurando melhorar a sua estrutura. E eu acredito que, se tem resultado dentro de campo, como o título do Libertadores, e uma oportunidade de brigar pelo título brasileiro, é porque o clube está cuidando do todo. Está cuidando da sua organização geral. E eu acredito que, somente assim, é possível competir no nível que o futebol brasileiro está hoje.
2023
– Com relação ao ano passado, eu não estava no clube e não vivenciei internamente o que foi o Botafogo. Mas, obviamente, acompanhei o que representou aquele momento do clube e os impactos que teve na estrutura atual. Mas, obviamente, quando a gente fala de uma SAF e de uma empresa que procura aprender e evoluir, é natural que o Botafogo fez movimentos de ajuste e movimentos de correção de rota para que pudesse ser possível hoje estar vivendo o que ele está vivendo. E aí é importante a gente ressaltar a liderança do Artur Jorge. Ele é uma pessoa que foi fundamental para representar essa evolução de mentalidade dentro do Botafogo. E também dos outros participantes do elenco, esses outros jogadores que chegaram para integrar o grupo que já estava no ano passado. Eu tenho certeza que eles também contribuíram para que… Eu não gosto de falar de mudança de um clube para o outro. Eu gosto de falar de evolução, porque, na minha visão, as instituições de futebol precisam aprender. A gente tem visto muitos clubes que passam por processos eleitorais e que, no fim da gestão, acabam fazendo mudanças drásticas e você acaba perdendo o conhecimento que tem dentro da casa. Eu avalio sempre que o Botafogo aprendeu, evoluiu, amadureceu. E, por isso, hoje consegue estar brigando pela disputa do Campeonato Brasileiro e, por isso, conseguiu conquistar a Libertadores.
Ficha já caiu?
– Eu acho que nós estamos num ritmo tão intenso internamente no Botafogo, a gente assumiu o compromisso de entrar de corpo e alma em todas as disputas que a gente tem no ano. E nós temos mais uma final. E, provavelmente, mais um jogo muito importante contra o São Paulo no final de semana antes de irmos para o torneio intercontinental. Então, eu acredito que a ficha vai começar a cair a partir do momento em que a gente encerrar a temporada e encerrar o ano. É óbvio que tem que ser comemorado o título da Copa Libertadores. Isso é inegável. É uma conquista memorável para todos nós e para a torcida, principalmente. Mas, dentro do centro de treinamento, nós temos um compromisso muito intenso entre todos nós de que nós vamos brigar por todas as competições. E não dá para tirar o pé nesse momento. O clube está trabalhando. Segunda já teve treinamento, terça teve. Depois nós fomos para Porto Alegre para fazer essa disputa. E eu acredito que essa ficha vai cair, de fato, quando a gente encerrar a temporada e começar a fazer um balanço do que foi a temporada.
Momentos mais difíceis
– Isso também serve para eu te dar a resposta com relação aos momentos de dificuldade. Eu acho que esse elenco foi sendo forjado ao longo da temporada. É um grupo que é muito forte, não só no aspecto técnico e tático, que todo mundo já consegue identificar olhando os nossos jogos, mas, principalmente, com relação aos seres humanos. E eles foram passando por tantas dificuldades, por jogos que envolveram um nível de complexidade tão alto e têm envolvido. A gente pode estar falando do que foi o Palmeiras no Campeonato Brasileiro há uma semana atrás. Então é um elenco que vem se superando. Eu acho que seria até injusto eu falar de um grande marco. Mas eu acho que foram colocados tantos obstáculos para que esse elenco pudesse superar que, provavelmente, vai ser bonito contar essa história depois, contando cada jogo com a sua história, cada jogo com o seu nível de dificuldade e complexidade até chegar à final, no minuto 1, em que o Gregore é expulso. E esse elenco, mais uma vez, mostra que é possível, que é possível, sim, superar as grandes dificuldades que foram aparecendo. Eu acho que a gente só conseguiu superar essa dificuldade na final, porque a gente foi superando uma série de outras durante essa trajetória na Libertadores.
Queda na Copa do Brasil ajudou?
– Esse é um debate que, inclusive, envolve toda a lógica do calendário nacional, porque a gente tem uma carga considerável de jogos no Campeonato Estadual antes, que eu acho que acaba impactando de maneira considerável a maior disputa de todas as competições. É natural que você acabe sofrendo ao final da temporada, quando você chega em todas as frentes. Então, obviamente, não gostaríamos de ter saído da Copa do Brasil, era também um objetivo do clube, mas a saída fez com que a gente conseguisse gerir melhor a semana de trabalho, para que a gente conseguisse focar na disputa das duas competições. Eu acredito que é quase impossível uma equipe conseguir chegar nessas três competições. Eu sei que todo mundo tenta, todos os anos, mas pelo volume de jogos que a gente tem dentro do futebol brasileiro hoje, fica quase inviável você conseguir gerir a semana de trabalho e o desgaste que envolve essas competições, não só o desgaste físico, mas o desgaste emocional também. Eu acredito que a eliminação na Copa do Brasil tenha feito com que a gente conseguisse centralizar nossos esforços e foco nas duas competições.
Planos para 2025
– O projeto do clube envolve colocar o Botafogo entre os principais clubes do futebol brasileiro em termos de disputa, em termos de montagem de equipes competitivas, todos os anos. A gente sabe que é natural que tenham saídas, que venham propostas, principalmente nesse momento que o clube está vivendo, mas o objetivo do John Textor e de toda a diretoria da Eagle é estabelecer uma lógica para que o Botafogo esteja sempre disputando. Não quer dizer que a gente vai ganhar sempre, mas estar entre as principais equipes do Brasil e estando cada vez mais preparado em termos de lógica de funcionamento, criação de um projeto sólido o suficiente para poder chegar lá, isso é uma meta dessa gestão. A gente sabe o desafio que vai ser o calendário do ano que vem, o Estadual já começa no dia 12 de janeiro, a gente vai ter que saber gerenciar isso muito bem para que a gente consiga chegar muito preparado para o Mundial no meio do ano, mas o objetivo do clube, não só levando em consideração a temporada 2025, mas também todos os próximos anos, é ir gerenciando muito bem os recursos para montar equipes competitivas dentro de uma lógica que esteja cada vez mais sustentável, obviamente.
Planejamento para Copa Intercontinental
– Olha, assim, obviamente que a gente está habituado a projetar cenários, mas da mesma maneira como a gente vem tocando a temporada toda, a gente trata uma dor por vez, e o principal ponto agora é o título brasileiro. Por mais que a gente tenha conseguido um resultado muito importante contra o Palmeiras, a gente sabe que tem dois jogos que são muito duros, e a gente sabe que temos aí outras equipes, principalmente o Palmeiras, que estão olhando para qualquer escorregão que o Botafogo possa ter. Então, o nosso foco é ir para Porto Alegre, conseguir um resultado importante, e depois pensar no São Paulo. Caso isso seja possível, ou qualquer outro cenário acabe acontecendo, aí a gente projeta se dá para fazer algo diferente, mas nada é mais importante do que o título brasileiro agora.
Objetivos
– De fato, o clube está vivendo um momento muito especial, tenho certeza que os botafoguenses estão muito orgulhosos, mas o nosso objetivo é terminar a temporada dando mais orgulho para eles ainda, e isso envolve muito trabalho. A gente sabe que para muitos 2025 já está começando, mas ainda tem bastante coisa para acontecer em 2024 no Botafogo, e vamos trabalhar.
