Mais uma voz se levanta a favor do fair play financeiro no Brasil. Antônio Brum, vice-presidente de futebol do Grêmio, acredita que o mecanismo é uma forma de equilibrar mais as ações após a chegada das SAFs no país. O dirigente citou Cruzeiro, Bahia e, em especial, o Botafogo, clube que mais gastou com compra de jogadores em 2024.
– Aposto que o orçamento do Botafogo deve ser muito parecido com o do Grêmio. Mas, se está fazendo essas contratações, vai gastar muito mais. Óbvio, tem um investidor que está pagando isso. Mas acho que tem que ter uma métrica para… Porque, se não, cada clube vai ser de um investidor e isso vai para onde? Tem uma métrica para tentar equilibrar. Não sei a forma que o fair play financeiro seria feito aqui no Brasil, mas acho que é uma solução – disse Brum ao canal “4D Esportes“.
– É muito difícil, eu não sei onde é que vai parar isso aí. Eu citei o Botafogo porque o trabalho de scout que faz é muito bom, e o Textor, quando chegou, reformulou várias coisas. Ele tem uma rede mundial que prospecta jogadores, mas, assim, me assusta o cara fazer duas, três contratações de 20 milhões, 22 milhões de euros. O filtro dele do iScout está diferente do meu lá (risos). Acho que o fair play financeiro é uma alternativa para tentar barrar um pouco isso, entendeu? Porque se não a concorrência vai ficar desleal – completou.
O dirigente acredita que o Grêmio terá muita dificuldade de competir com clubes que contam com ajuda de investidores.
– Vai ser muito difícil [concorrer], se a gente não se organizar muito, não tiver uma capacidade, através do marketing, do nosso CEO, de buscar investimentos para que o Grêmio possa ter uma arrecadação maior, para ter mais poder, tanto o mercado inflacionou quanto você está concorrendo com caras que têm muito mais dinheiro do que você – disse Brum, continuando:
– Vai ser difícil concorrer, porque se você pegar que o Botafogo trouxe um jogador de 25 milhões de euros, isso aí são R$ 150 milhões, é um terço, um pouco mais de um terço do orçamento anual do Grêmio. Isso só de transfer, né? Ainda tem mais salário do jogador. É difícil, vai ser muito difícil, a gente tem que se organizar muito.