Presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Jorge Kajuru foi enfático ao dizer que “há manipulação no futebol brasileiro”. Ele pediu à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, uma união dos clubes para pedir as provas de John Textor, acionista da SAF do Botafogo.
– Quero apresentar uma sugestão pelo espírito de liderança da presidente Leila em relação aos 20 times da Série A. Para mim, deveriam fazer reunião urgente na CBF, dar prazo a John Textor para apresentar as provas e isso acabar. Eu ando na rua, tem torcedor falando que não acredita em mais nada, ele fala o que quer e fica por isso mesmo, uma mentira dita várias vezes vira verdade, perde-se credibilidade. Tinha que ter uma união para dar um basta a ele, conforme tem dito que vai apresentar as provas, mas até agora nada. Já se passaram meses – disse Kajuru na sessão desta quarta-feira (5/6).
– Com relação à sugestão, pelo espírito de liderança que você tem, com outros dirigentes que converso, por que não se fazer reunião urgentemente na CBF dos 20 times e colocar um ponto final nessa situação? E continuamos investigando as outras questões que chegam, não só do Textor. Porque tem outras chegando e outras que vão chegar. Não há nenhuma dúvida que existe manipulação em jogos de futebol. Isso existe e acabou. Mas uma reunião em relação à questão do Textor, senão fica caso sem fim – cobrou Kajuru.
Leila desconversou e partiu mais uma vez para ataques a John Textor.
– Quando você diz há manipulação, não posso dizer, é muito genérico. Precisa se comprovar, onde há, com quem, quem é o envolvido. Alguns foram pegos e punidos. Tem que punir de forma mais severa. Com relação a eu reunir todos os clubes, será que consigo? Quem foi atacado frontalmente foi o Palmeiras. Uma coisa interessante que vi no depoimento do Textor foi que inteligência artificial pode ajudar a identificar comportamentos fora do comum dos jogadores em campo. Vou dizer que o Palmeiras realmente tem comportamento diferenciado, paga jogadores em dia, paga comissão técnica em dia, trabalha de forma profissional, transparente, tem credibilidade com jogadores e comissão técnica, sabem que a presidente está lá para defendê-los. Estranho que a inteligência do John Textor não captou. Gostaria de saber se ele paga em dia os atletas dele, comissão técnica, credores. Essa empresa que ele contratou (Good Game!) foi um parecer. Como ficou indignado que perdeu campeonato, contratou empresa para dar um parecer, escrever um documento dizendo que há manipulação. É um parecer extremamente parcial. Que credibilidade tem? Como põe em xeque dois títulos do Palmeiras. Isso é inadmissível. Mas não vejo outro clubes fazendo movimento para CBF tomar decisão mais firme contra o John Textor. Mas o Palmeiras está tomando e não vai desistir – garante.
– Afirmo que, enquanto ele não provar o que está dizendo, não são verdade as alegações. Precisa provar o que diz. Não vi nenhuma prova do que alega. Como posso dizer que tem 1%? Para mim, nada é verdade, a partir do momento que não prova. Se provar, mostrar que Palmeiras foi beneficiado, OK. Não provou absolutamente nada. Não se pode atacar toda uma entidade, uma empresa, tem corrupção, mas onde, vamos investigar. Está todo mundo em xeque? É minha preocupação. Ele fala e não comprova. Então tudo que fala é mentira. Aí, daqui a cinco anos vai e descobrir que houve um fato de manipulação, vão dizer “viu o que John Textor falou”, isso não existe. Tem que provar agora. Ele mostrou alguma prova objetiva? – indagou Leila Palmeiras.
– Não podemos deixar, nos ajudem, ajudem o futebol brasileiro a ter credibilidade, a ter responsabilidade. Uma pessoa não pode pegar o microfone, falar palavras gravíssimas sem provar nada. Existem centenas de pessoas que vivem honestamente do futebol, atletas que trabalham incansavelmente. Dedicamos nossa vida ao futebol, não podemos deixar uma pessoa sentar aqui e falar que tem manipulação sem provar absolutamente nada. Vi na imprensa que ele entrou com processo contra mim, não fui citada ainda, não vai ser processo que vai me fazer deixar de pensar o que penso dele. Acho que ele é um grande mal para o futebol brasileiro. As atitudes dele são um grande mal – finalizou.
