Vice-presidente do STJD, Felipe Bevilacqua afirmou que não é possível culpar alguém por participação em manipulação de resultados somente com base em relatórios gerados por inteligência artificial. O tema foi debatido em simpósio sobre direito desportivo realizado na quinta-feira, na sede do Fluminense.
– Não, eu acredito que única e exclusivamente o relatório, só um sinal, para poder se buscar uma denúncia ou uma culpabilidade, não. Porque nós precisamos identificar especificamente todos os detalhes, todo o contexto de como isso ocorreu, quem está envolvido, se efetivamente esse erro foi doloso ou não – disse Bevilacqua, ao “GE”.
– Porque não basta você identificar o erro, os árbitros erram a todo momento, porque é uma pessoa como todos os outros. Então, eu acho que é fundamental quando você tem outros elementos, como eu citei aqui na questão do Ministério Público de Goiás. Quando você vem com diversos elementos e mais a inteligência artificial, você consegue ter ali quase uma certeza do que efetivamente ocorreu – completou.
Dono da SAF do Botafogo, John Textor buscou o STJD para investigar supostas manipulações com base no relatório feito pela empresa francesa “Good Game!”, mas o tribunal arquivou o pedido rapidamente. Bevilacua acredita que relatórios de IA pode ajudar.
– Tem essa nova empresa, a Good Game!, que é especializada também em verificar uma estatística de erros dos árbitros. Agora, isso tudo tem que ser, obviamente, aperfeiçoado. Ajuda muito a justiça desportiva, mas não resolve o caso – concluiu Bevilacqua.
Na última quarta-feira, Bevilacqua pediu vistas do processo que julga novamente John Textor pelas declarações feitas após a derrota do Botafogo para o Palmeiras, em 2023. O julgamento pelo Pleno do STJD será realizado numa próxima sessão.