Ex-árbitro de futebol, Alfredo Loebeling deu declarações fortes e polêmicas em live no “UOL Esporte“, nesta segunda-feira (5/8). Ele afirmou que a CBF usa “software mais barato” no VAR “por questão de custo”, questionou o gol validado do Juventude no empate em 1 a 1 com o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro-2024, e a forma que as linhas de impedimento são traçadas no país.
– Eu acho que a arbitragem foi ruim como um todo. Discordo que foi catastrófica, mas foi ruim. Se pegar o gol do Juventude, para mim estava impedido. É muito claro se parar sem as linhas. Quero lembrar que, além da liga americana, mais três querem tirar as linhas para verificação do VAR, se basear na imagem em si. Quando vejo a imagem, lembrando que a assistente estava mal colocada, está impedido. Não tenho dúvida. Quando aparece a primeira colocação de linhas dando impedimento, pega um determinado posicionamento do Alan Ruschel mais próximo do ombro. Do nada, depois de dizer que estava impedido, tem outra imagem saindo de outro local do braço. Tem uma distância entre a primeira e a segunda imagem que coloca ou não em posição de impedimento. Apesar de a CBF comprar o mesmo software que a Premier League, por questão de custo compra software mais barato. Quanto mais ele mostra a linha aberta, a imagem mais próxima, mais a imagem perde definição. Não tenho a menor dúvida que estava impedido. Meu receio, minha preocupação, é que estamos tendo no Brasil mudanças de quadros. Uma mudança de quadro eu torno o lance legal em ilegal e torno o lance ilegal em legal. Ao meu ver, sem as duas linhas, o gol é irregular, está em impedimento – argumentou Alfredo Loebeling.
Comentarista e colunista no “UOL”, André Hernan considerou a informação grave.
– Loebling traz algo que é grave. Se tem software mais barato, por questão de custo, você não está dando a devida atenção ao seu produto, que é o Campeonato Brasileiro. Se não tem o dinheiro para investir… A CBF arrecada bem, não é possível que não vá investir no produto final para o torcedor e para quem tem os direitos de transmissão. Isso para mim é muito grave – criticou Hernan.
Loebling prosseguiu.
– Existe uma questão importante. Está faltando um trabalho de que não pode haver o debate. Está havendo debate de cinco minutos. Se ficarmos debatendo um lance, vai durar mais de cinco minutos, são avaliações distintas. VAR é consultivo, é informativo. No Brasil, não. O VAR é decisivo. Enquanto a Inglaterra pensa em não utilizar o VAR e outras ligas estão preocupadas, como pode transformar um lance de impedimento em legal? Quando você passa para todo mundo que com o VAR esse tipo de lance não vai acontecer mais. O consumidor final, o torcedor, passa a ser enganado, porque paga caro por um produto, seja indo ao estádio ou na TV por assinatura, não quer seu time beneficiado, mas não quer prejudicado pelo VAR. O que era para ser supersimples está se tornando complexo por causa desse debate que está acontecendo entre o VAR e a arbitragem – reclamou o ex-árbitro.