O atacante Júnior Santos foi o convidado do segundo episódio do Botafogo Podcast, programa de entrevistas da nova Botafogo TV, que foi ao ar nesta quarta-feira. O jogador contou como foi seu início no futebol, se aventurou no rap e teve muita resenha com os apresentadores Kadu Macri e Gabiru.
Júnior Santos falou também sobre como foi o convite para jogar pelo Botafogo, ainda em 2022. O atacante com certeza não se arrependeu de ter topado vestir a camisa do Glorioso.
– Eu estava passando por um começo muito bom no Sanfrecce, mas vieram algumas coisas que me levaram a ficar um pouco triste lá no Japão. Quando o Botafogo me procurou fiquei muito feliz. Eu pensei: “Cara, fiquei muito tempo no Brasil. Ainda estou com 27 anos, vou voltar para o Brasil”. Falei para o meu empresário que queria voltar, jogar muito e ser reconhecido, achava que tinha capacidade de chegar lá e mostrar meu melhor. E acabei vindo – relembrou, citando as dificuldades no início:
– Quando cheguei aqui fiquei muito feliz, o ambiente do treino me trouxe uma paz, fiquei tranquilo. Fui para o primeiro jogo três ou quatro dias depois, lá no Japão são 12 horas à frente no fuso. Meu Deus, de manhã eu dormia e de noite ficava acordado (risos). Fiz um gol, mas perdi uns também (contra o Juventude)… Mas eu estava vendo dois goleiros, estava abafando rápido, muito estranho. Eu não consegui dormir à noite esse dia e o jogo foi às 11h. O fuso horário me pegou.
Júnior Santos acabou deixando o Botafogo no fim de 2022, com o fim do empréstimo junto ao Sanfrecce Hiroshima. Em janeiro de 2023, ele foi negociado com o Fortaleza, mas acabou jogando pouco e foi adquirido pelo Glorioso em definitivo em março daquele ano.
– Rola muita história na internet, né? Tem umas coisas que a gente vê e fica meio puto em casa… Para o japonês, o que você fala está valendo. Eles não queriam a princípio vender para o Botafogo porque colocaram uma cláusula que eu seria vendido por 20 milhões, o que todo mundo achou uma loucura. Mas vocês acham que o japonês é maluco? Eles sabiam da minha qualidade. Eu tinha poucos gols, mas criava muito, sempre fui um jogador de arrasto. Saí de lá sendo o maior driblador, estava jogando muito bem. Só que rolou uma situação e eu não queria ficar mais, eles respeitam isso e me emprestaram por três meses (para o Botafogo) – iniciou.
– Quando o Botafogo falou que não queria me comprar, eu teria que retornar. Eu não queria voltar, eles me respeitaram, mas queriam que eu voltasse para me vender para outra equipe. Eu falei: “Se voltar para o Japão, vou cumprir meu contrato e quando chegar o meio do ano assino um pré-contrato”. Aí surgiu o Fortaleza querendo pagar tanto, e como estava esse clima, eu perdi a pré-temporada, cheguei no Fortaleza no meio do Estadual. Por causa disso, tive uma tendinite no meio do ano. No Fortaleza, o time já estava encaixado, fiquei sem espaço e o Botafogo ainda me queria. O Marcelo Paz (ex-presidente e atual CEO do Fortaleza) não queria me liberar, e eu não tenho nada com o Vojvoda (treinador), foi mais uma opção dele por eu não estar com ritmo. Ele ainda não me conhecia, eu tinha que conquistar meu espaço, aí depois eu quis sair e o Paz me liberou para ir para o Botafogo – completou.
Confira outros trechos da resenha com Júnior Santos:
APELIDO DE JACARÉ: “Foi o Tiquinho. Ele falou, fiz uma brincadeira. Ele me falou que eu precisava arrumar uma comemoração. Aí fui e fiz (o gesto de jacaré). Aí começou.”
MAIOR ARTILHEIRO DA HISTÓRIA DO CLUBE NA LIBERTADORES: “Estou muito feliz, mas me mantenho com os pés no chão, trabalhando bastante, para nunca achar que está bom.”
BRINCADEIRAS DA TORCIDA: “No começo eu levei até na brincadeira, porque eu sei o que represento. Mas depois ficou algo meio que folclórico. Eu tinha que jogar bem todos os jogos, não podia errar um passe, entre aspas, não podia estar num dia mau. Eu era craque ou bagre. Eu achei resenha um pouco no começo, mas depois achava que as pessoas não me davam o valor devido. Eu trabalho, me esforço, acho que jogo bem, essas coisas aí eu não gostava muito. Não achava justo, mas não interfere nada em minha vida, sempre penso no trabalho, sou esse cara que motiva meus companheiros, sempre com positividade.”
AMBIENTE COM OS COMPANHEIROS: “Eu brinco com todo mundo, sou resenha com todos, com os funcionários… Sou um cara alegre, já chego perturbando a galera, aí um vem falar comigo, discute, começa a brigar (risos). Mas é um grupo muito bom, é gratificante chegar para trabalhar, é uma energia muito boa.”