O técnico do Botafogo, Enderson Moreira, foi punido pela 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em dois jogos pela expulsão na partida contra o Confiança, dia 24 de julho, pela 14ª rodada da Série B. O julgamento ocorreu nesta sexta-feira, por videoconferência.
Desta maneira, Enderson não poderá comandar o Botafogo apenas no jogo contra o Vila Nova no próximo domingo, no Estádio Nilton Santos, pela 20ª rodada, já que cumpriu suspensão automática diante do CSA. O Alvinegro, que foi defendido pelo advogado André Alves, vai recorrer ao Pleno do STJD, segundo informou o repórter Thiago Veras, da Rádio Tupi.
Enderson foi denunciado nos artigos 258 (conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva) e 243-F § 1º (ofender alguém da equipe de arbitragem em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto), mas o segundo acabou sendo afastado pelos auditores.
Foram três votos pedindo dois jogos de suspensão, acompanhando o voto do auditor relator Gustavo Henrique Caputo Santos, e dois votos por três partidas de gancho. Enderson acabou sendo punido apenas no artigo 258 e 250 (ato hostil), o que acabou significando uma punição menor do que poderia ocorrer.
Em seu depoimento aos julgadores, Enderson Moreira explicou a situação.
– No início do jogo percebi que estava tendo muitos duelos e chegadas e o árbitro estava deixando seguir. Falei ao quarto-árbitro para que ajudasse o colega, porque se continuasse assim o jogo poderia descambar para a violência. Nesse momento, ele falou que estava sem comunicação com o árbitro porque o rádio quebrou. Nós todos do futebol investimos muito, é o meu ganha-pão, temos muita atenção em cada detalhe. O clube investe muito dinheiro. Essa questão do rádio é muito importante para que eles possam se comunicar. Falei isso educadamente com ele. Antes do cartão amarelo, houve uma falta no meu entendimento e falei com quarto-árbitro: “Ajuda o seu colega, porra!”. Até desculpem pela expressão, mas foi o que eu fale. Aí ele já chamou o árbitro principal para dar o cartão amarelo. Eu realmente fiquei muito chateado com isso, já tinha alertado sobre a situação do jogo, de que poderia ter jogadas mais agressivas. Quando ele me chamou fiquei muito chateado, fiquei revoltado com essa situação, de maneira alguma havia ofendido. Quando eu falo em apitar vôlei, sou formado em educação física, respeito todos os esportes, mas é porque o vôlei não tem contato. Muitas vezes o árbitro permite contatos que não são permitidos e outros não permitem contato nenhum – relatou Enderson, negando que tenha resistido a deixar o campo:
– Não tive resistência nenhuma em sair do campo, simplesmente perguntei ao delegado onde poderia ficar. Eles informaram que eu não poderia ir para as cabines ou para arquibancada, eu queria assistir mesmo não podendo mais participar. Foi isso que aconteceu.
*Atualizado às 12h13