Escândalo das apostas: procurador do STJD vê paralisação do Brasileirão como ‘medida extrema’

Escândalo das apostas: procurador do STJD vê paralisação do Brasileirão como ‘medida extrema’
Vitor Silva/Botafogo

O esquema de manipulação por conta das apostas esportivas vem revelando cada vez mais jogadores envolvidos, muitos deles da Série A do Brasileirão. E há até quem já discuta uma possível paralisação do Campeonato Brasileiro, do qual o Botafogo é o atual líder isolado.

Em entrevista ao “De Primeira”, do “UOL Esporte”, Ronaldo Piacente, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), afirmou que a paralisação do Brasileirão está prevista no Código Brasileiro de Justiça Desportiva, mas ele enxerga tal possibilidade como “medida extrema”.

Para que se haja a paralisação da competição ou impugnação de partida, o ato teria realmente que influenciar no resultado da partida. Na Série A, por exemplo, o que estamos percebendo a princípio são questões de cartões amarelos e vermelhos. É uma medida extrema [paralisação do Brasileirão], mas prevista no CBJD – explicou Piacente.

Uma paralisação poderia acontecer através de uma liminar do STJD, mas o procurador acredita que seriam necessárias provas “cabais” para que tal atitude fosse tomada.

Liminar, a princípio, somente quando houver prova cabal, que deixe de ser a suspeição. O que temos são conversas de telefone, de WhatsApp, e com base nisso é prematuro pedir uma liminar, mas os clubes já estão afastando esses atletas – afirmou Piacente, que citou possíveis punições aos jogadores envolvidos no esquema, inclusive o banimento do esporte:

Quando esse atleta dá ou promete alguma vantagem para outro colega, ele pode ser eliminado [banido] do esporte e com uma multa de até R$ 100 mil. Se ele prejudicar a equipe que defende, com um cartão amarelo, vermelho ou pênalti proposital, a previsão de multa é de até R$ 100 mil e a suspensão de 180 a 360 dias. Se, por ventura, atingir o resultado, a suspensão pode ser de até 360 a até 720 dias, também com a multa de até R$ 100 mil. E, em caso de reincidência, ele pode ser banido do desporto.

Fonte: Redação FogãoNET e UOL

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