Advogado especializado em direito desportivo, Marcos Motta publicou um interessante texto em suas redes sociais neste sábado destacando a estratégia de John Textor em apostar em Bruno Lage para substituir Luís Castro no Botafogo.
O novo treinador alvinegro, anunciado neste sábado, teve como último trabalho o Wolverhampton, na Premier League, e foi campeão português pelo Benfica. Motta crê que o movimento de Textor tem tudo a ver com suas intenções no Glorioso.
“O Botafogo de John Textor segue firme e consistente no seu projeto. Após perder Luis Castro, o clube agiu rápido e contratou outro técnico europeu, que valoriza a formação, o jogo ofensivo, a pressão pós-perda e a marcação alta no campo adversário: Bruno Lage. Textor, é um investidor e não um financiador. Ele entende que precisa de jogadores em seus times jogando dessa forma para serem mais valorizados. Ao contrário do Brasil que virou um futebol de reação, o estilo de jogo que Textor procura imprimir em seus clubes é o praticado e valorizado na Europa”, escreveu Motta.
“O que o Botafogo planeja a médio e longo prazo é observar com carinho. Textor entende que seus times não devem produzir jogadores a serem lapidados em mercados intermediários como Portugal, mas sim formar jogadores com características e preço de “produto final”, e assim financiar seu projeto de multipropriedade de clubes. É assim que os clubes portugueses se sustentam há tempos. Compram a jóia bruta em mercados como Brasil, e formam diamantes que são vendidos caros para mercados finais como a Premier League, que prefere não correr risco de formação e lapidação de estrangeiros”, prosseguiu o advogado.
Marcos Motta encerrou o texto dizendo que os rivais do Botafogo devem apenas aplaudir o que o clube vem fazendo sob a batuta de Textor:
“O Botafogo SAF quer ser matéria-prima, fábrica e produto final. E nessa engenharia, ganham todos: investidores, clubes e o torcedor. Ao torcedor do Botafogo, acredite no projeto. Aos demais, podem aplaudir”.