Especialistas elogiam modelo de clube-empresa aprovado no Botafogo, que deve atrair mais investidores

Torcida do Botafogo com bandeiras no Estádio Nilton Santos
Vítor Silva/Botafogo

Especialistas ouvidos pelo blog “Lei em Campo”, do UOL, elogiaram o modelo de clube-empresa aprovado no Botafogo. O Glorioso entregará 100% do controle para a nova SAF (Sociedade Anônima do Futebol), o que vai atrair mais investidores por gerar maior segurança jurídica.

Quem de fato demonstrou ter entendido o que a Lei da SAF se propõe foi o time do Botafogo, ao apresentar ao mercado um modelo viável para fins de captação de recursos, demonstrando verdadeiro pioneirismo no futebol. A lei representa uma nova possibilidade para que os clubes possam ter acesso a inúmeros benefícios, um deles é não ver seus aportes financeiros a mercê de gestores incapazes de demonstrar qualquer resultado satisfatório. Quando falamos em SAF significa mercado profissional, onde tudo acontece distante do costumeiro amadorismo do modelo associativo e da retórica que o clube é do torcedor que nada contribui financeiramente – opina Bruno Coaracy, advogado especialista em direito tributário.

A medida deve contrabalancear a dívida excessiva que hoje ele tem e o deixa em desvantagem em relação a outras equipes. Com o controle, o investidor recebe uma sinalização que por mais capital que seja necessário aportar no clube, as diretrizes, a partir da sua entrada, passam a ser tomadas exclusivamente por ele, sem ingerência ou interferência de terceiros com interesses diferentes. Não fosse a iniciativa de Botafogo abrir 100% do seu capital, devido à elevada dívida, dificilmente o clube encontraria interessados no seu negócio – analisa Rafael Marcondes, professor de Direito Esportivo e Tributário, Doutor e Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP e MBA em gestão esportiva pelo ISDE/FC Barcelona.

O Cruzeiro, por sua vez, está aprovando um modelo de que permite que até 90% seja repassado para um potencial investidor. A Raposa já se tornou uma SAF.

Se queremos dinheiro novo no futebol que tenhamos a humildade de passar o bastão para quem de fato sabe fazer dinheiro e não para quem se acha dono deste ou daquele clube. Muito se fala e pouco se conhece sobre a Lei, instituir a SAF com a manutenção de percentual acima de 50% em nada guarda relação com tal intenção de manter as tradições do clube, pelo contrário, só limitará as possibilidades que os clubes teriam em relação a captação de investimentos – completou Coaracy.

O Botafogo quer até o fim deste mês terminar de constituir a Botafogo S/A – como vem sendo chamada a nova SAF. Segundo o colunista Lauro Jardim, tanto o Glorioso quanto o Cruzeiro podem ser vendidos dentro de um mês a grupos estrangeiros. Internamente, o Alvinegro acredita que a SAF já esteja operando com investidores no segundo trimestre de 2022.

Fonte: Redação FogãoNET e Blog Lei em Campo (UOL)

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