Ex-zagueiro do Botafogo em 2013 e 2014, Bolívar recordou a convivência com Seedorf, craque holandês que encerrou a carreira com a camisa do Glorioso em 2013. Ídolo do Internacional, Bolívar participou do “Charla Podcast” nesta terça-feira (13/9) e citou o “alongamento do sol” que o ícone fazia antes de cada treinamento.
– Esse era diferente. É o chato do bem. Ele queria tudo na régua, era o cara para o bem. Cansei de chegar no vestiário no início, quando comecei a conhecer ele, ele tinha o alongamento do sol. Ele colocava o iPad dele no chão, ficava alongando igual a um gato, uma pantera. Sabe quando o bicho acorda de manhã, que se espreguiça, se abaixa e levanta? Ele fazia aquilo ali uns 40 minutos para ir para o treinamento. O iPad dava as imagens que os bichos faziam e ele ia seguindo. Impressionante. Uma doutrina… É fora da curva – disse Bolívar, que também exaltou a qualidade técnica de Seedorf:
– Tu é zagueiro, lá de trás tem uma visão privilegiada, porque o jogo está rolando e você vê os movimentos. A maioria respeitava ele quando ele pegava na bola, dava espaço, mas os que queriam dar uma chegada dava até pena, batia na carcaça e caía. Muito forte! E outra… A bola vinha, ele já fazia o mapeamento, parecia que tinha câmera de ré, já sabia o que estava atrás, tinha mais de uma opção sempre.
Bolívar disse que tentou sugar tudo que podia de Seedorf, mas nem tudo foi pacífico. O ex-zagueiro revelou também episódios em que discutiu rispidamente com o holandês, mas sem guardar qualquer tipo de mágoa.
– Já tive uma com ele, contra o Coritiba. Perdemos o jogo, ele começou a pagar geral e eu fui falar com ele: “Não, não é assim, Seedorf, perdeu todo mundo”. E a gente começou a discutir. Eu tive que falar com o cara: “Não funciona desse jeito, quando ganha, ganha todo mundo, e quando perde, perde todo mundo”. Fui para dentro dele. Depois, terminou, tomou banho, acabou, vamos para outro jogo – contou.