O Flamengo foi vice-campeão da Copa Intercontinental ao perder nos pênaltis para o PSG nesta quarta-feira. O clube não ouviu – ou leu – as dicas de Renato Paiva, ex-técnico do Botafogo. Em entrevista ao “GE”, ele ensinou como vencer o time francês e lembrou a célebre frase “o cemitério do futebol está cheio de favoritos”.
– É uma frase antiga do futebol que traduz bem a essência do jogo. No futebol, favoritismo não ganha jogos, quem ganha é quem executa melhor. Aquela frase serviu para equilibrar emocionalmente o ambiente, para lembrar que entrar em campo com coragem, organização e convicção é tão importante quanto respeitar o adversário. Éramos 11 para 11 e se o PSG entrava em campo como campeão europeu, o Botafogo era também o vencedor em título da Libertadores. Mas sim, a coragem foi fundamental, sempre aliada à responsabilidade e a um forte enorme sentimento de entreajuda – explicou Renato Paiva.
– O primeiro passo consistia em reduzir espaços e controlar o jogo sem bola. A partir daí, queríamos ser agressivos nas transições, com critério. Recordo muito a maturidade dos jogadores para executar um plano exigente e a confiança coletiva para não entrar em pânico em nenhum momento. Aqueles jogadores foram uns heróis e conseguiram um resultado que dificilmente será esquecido por muitos anos que passem. Engane-se quem pensar que o nosso plano passou apenas por defender – garantiu.
Hoje desempregado, após ser demitido de Botafogo e Fortaleza, Renato Paiva deu mérito aos jogadores pela vitória sobre o PSG na Copa do Mundo de Clubes.
– O fator decisivo foi, sem dúvida, o comportamento dos jogadores. Eles tiveram uma entrega, uma concentração e uma maturidade competitiva muito grandes. Executaram o plano com rigor, tomaram boas decisões sob pressão e mostraram personalidade contra um adversário do mais alto nível, possivelmente a melhor equipe do mundo. Em jogos assim, o detalhe conta, e eles estiveram à altura em todos os momentos. E depois fomos eficazes com aquele brilhante momento do Igor Jesus – concluiu.