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Ex-técnico do Botafogo revela real motivo de centroavante Luis Henrique não ter dado certo: ‘Análise mal feita. X da questão foi gestão física’

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Por FogãoNET

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Ex-técnico do Botafogo revela real motivo de centroavante Luis Henrique não ter dado certo: ‘Análise mal feita. X da questão foi gestão física’
Vitor Silva/SS Press/Botafogo

O Botafogo teve em 2015 um centroavante que despontava como grande promessa pelos gols na base. No entanto, Luis Henrique não se firmou, despencou na carreira e hoje joga no US Livorno, na quarta divisão italiana, com apenas 25 anos de idade, após disputar torneios de pôquer.

O que explica o jogador não ter vingado? Técnico do Botafogo na base na melhor fase de Luis Henrique, no sub-17, Felipe Conceição revelou que o erro foi do clube, internamente.

No futebol, você primeiro faz a análise do atleta: “tem potencial para isso, o perfil dele é esse”. E aí tenta potencializar o que tem de bom. Quando cheguei ao Botafogo, Matheus Fernandes e Luis Henrique eram dois exemplos, um magrelo, comprido, desengonçado, que queria pisar na área, passava do último terço e não tinha tanta qualidade. Falei “meu filho, vem cá, você vai ser meu primeiro volante. Você tem boa técnica? Tem, mas você rouba bola como ninguém”. É o que ele é hoje no Red Bull Bragantino, primeiro volante, o treinador está encantado com ele.

E tinha o Luis Henrique com 14 anos. Olhei no início, a bola vinha, ele pum, gol. Ele só olhava para o gol, tinha o movimento muito rápido. Não era um jogador técnico, não era um jogador Bebeto, Dodô, era um jogador Haaland, com força e finalizador. Tanto que dos 14 gols que faz na Copa do Brasil Sub-17 a maioria é recebendo a bola no espaço, pois tinha potência enorme, trabalhando no limite da linha, aí é o trabalho para não ficar impedido, já tinha esse movimento. E tinha a finalização muito rápida, Messi tem, Cristiano Ronaldo, Romário, Túlio Maravilha É o último movimento ser mais rápido, acelerar, o que arrebenta o goleiro. Você vê que os gols do Messi não saem com potência, às vezes é uma chapadinha no canto, mas é rápido o movimento, quando o goleiro está se armando, já saiu. Luis Henrique tinha isso.

A análise mal feita dele foi quando chega ao profissional. Porque sobe com esse potencial, sai terça da base, sábado estreia. Corre 10,7km de volume, distância e com intensidade lá em cima. Fisicamente, ele era muito bem dotado. E era esse homem de última bola, tipo Lewandowski. Esse era o perfil do Luis Henrique. É da característica dos nossos atacantes, que a torcida está acostumada? Não. Mas sendo desse jeito, bem utilizado, como na base, ia fazer gols como na base. Foi artilheiro do time em todas as competições comigo. O que fizeram com ele? A primeira notícia depois dessa ascensão rápida, volta para o banco, oscila, o que é normal, foi que não sabia fazer pivô, não era forte quando o zagueiro encostava, sentia, era frágil fisicamente. Falei “já estão fazendo a análise errada, porque o menino é potente, não é trombador”. A bola na frente ninguém vai pegar ele. Deram 4, 5, 6kg de massa muscular em dois meses. Tanto que no Mundial Sub-17 fez um gol só, de pênalti, e não andava. Tiraram a mobilidade dele.

A história que chega para a torcida é que ele mudou, que a mãe influenciou, isso tudo vem depois, é consequência. O X da questão foi a gestão física do Luis Henrique, chegaram a falar que tinha que ser o Fred, forte, grande. Protege, ele era rápido,mas não era o perfil do Fred. A análise é atleta de velocidade e explosão, se botar na frente vai ganhar do zagueiro. E é raro ter esse tipo de atleta. Mas não era o perfil que os profissionais do Botafogo na parte técnica tinham em mente. Levaram para outro caminho, ele não tinha consciência e maturidade de entender, realmente sobe para a cabeça, de menino novo que não consegue mais produzir. Quando chego no profissional como auxiliar, a cabeça dele realmente estava diferente. Foi feito esse processo de maneira equivocada com ele sim – descreveu.

Fonte: Redação FogãoNET e Resenha com TF

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