Ex-técnico do Botafogo, Carlos Leiria trabalhou com Matheus Nascimento no profissional e no sub-23. Ele considera que o processo de formação do centroavante, hoje emprestado ao LA Galaxy, teve alguns problemas, mas crê que o futuro ainda pode ser bom.
Em entrevista ao podcast “Toca e Passa”, de “O Globo”, Leiria falou sobre o jovem jogador.
– Eu acho que com o Matheus, muito cedo, que o Botafogo precisava dar uma resposta àquela altura, e ter um jogador da base no profissional era importante pro clube. Então, acredito que acabou ficando um pouco defasada a parte de conteúdo formativo do Matheus, porque ele tem uma característica que é dele, que é muito boa, é um jogador que finaliza muito bem, dentro da área, é um jogador contundente, fez alguns gols importantes na nossa campanha (no sub-23). Ele não treinava com a equipe, descia na véspera dos jogos para participar, então, assim, tinha algumas questões que nós não conseguimos trabalhar com ele, justamente porque na véspera tu faz alguns ajustes táticos e já prepara para o jogo. Tanto que no começo da competição ele vinha de uma lesão, teve minutagem controlada, vinha uma diretriz do profissional, na qual a gente tinha que ter uma ideia de minutagem para o Matheus, e depois não, ao longo da competição ele foi, acho que fez, não recordo agora quantos gols o Matheus fez, inclusive contra o Santos na Vila Belmiro ele fez um gol muito bonito. Então, acho que vem uma cobrança muito cedo, o Matheus hoje está com 21 anos, não parece, quando a gente ouve falar do Matheus Nascimento parece um jogador já, e não é o Matheus, ele era sub-20 no ano passado – frisou Carlos Leiria.
– Subiu com 16 anos, então ele já vem há quatro anos sendo a solução do ataque do Botafogo e ele não é a solução, ele é um jogador que ainda pode dar uma resposta boa pela capacidade de definição que ele tem, mas ainda tem outras lacunas que ele precisa desenvolver e que talvez nesse período com uma minutagem de jogos mais baixa, não sendo o protagonista nos treinos do profissional, talvez isso tenha interferido um pouco na carreira – ponderou.
Carlos Leiria também acredita que houve pressão excessiva em Matheus Nascimento.
– Foi uma cobrança forte, porque gostariam que o Matheus resolvesse os problemas e ainda não era o momento dele resolver os problemas da equipe principal. O Matheus ainda precisava de ser melhor tratado, inclusive pelo torcedor. O torcedor foi muito contundente com o Matheus e poderia talvez hoje, com um pouco mais de paciência, ter um jogador oriundo da base. Acredito que ele possa dar a volta, ele vai ganhar experiência, é uma pessoa muito inteligente, acho que essa experiência dele jogando fora ainda vai ser bastante positiva para o Matheus – concluiu.