Ex-vice-presidente geral do Botafogo, Vinicius Assumpção divulgou nas redes sociais texto manifestando apoio a John Textor e à SAF e críticas ao clube associativo, comandado por João Paulo Magalhães Lins, que acionou a Eagle Football Holdings na Justiça.
A mensagem é assinada pelo dirigente e por mais seis conselheiros de oposição (Tom Meirelles, Mauro Sodré, Marcos Cortesão, Luiz Octávio Baptista Vieira, Jorge Magdaleno e Charles Domingues) e faz duras críticas ao cartolas do Botafogo social, afirmando que os mesmos “conduziram o clube a uma situação de insolvência” e que “buscam agora retomar a influência perdida no futebol”.
Leia a carta abaixo:
“Caros amigos alvinegros,
O Botafogo vive um momento crítico. A disputa entre acionistas da EAGLE e da SAF Botafogo já prejudicou a atual temporada e ameaça agora comprometer o planejamento para 2026. É natural que todos nós, apaixonados pelo Clube, estejamos preocupados. No entanto, é justamente em momentos assim que responsabilidade, diálogo e serenidade devem prevalecer.
O Clube Social, detentor de 10% das ações da SAF e com assento no Conselho de Administração, poderia – e deveria – exercer sua influência por meio de conversas francas, internas e construtivas, buscando contribuir para a solução rápida desse impasse. Infelizmente, o que se viu foi a adoção de uma medida judicial sem qualquer diálogo prévio com a SAF ou mesmo com os Poderes do próprio Clube. Essa atitude não apenas prolonga o conflito, como enfraquece a relação institucional entre as partes, expondo o Botafogo a uma mídia que, em verdade, deseja ver o “Glorioso” voltar a ocupar um papel subalterno.
Os defensores da ação afirmam atuar para proteger o Acordo de Acionistas e os interesses do Botafogo. Mas é legítimo perguntar: quais interesses estão de fato buscando proteger? Na última reunião do Conselho Deliberativo, quando conselheiros cobraram informações sobre a relação com a SAF, muitos dos que agora se dizem defensores do “controle e da fiscalização” criticaram firmemente qualquer questionamento. Até outro dia, repetiam que a SAF, por deter 90% do capital, não deveria ser cobrada por quem possui apenas 10%. Agora, apresentam um discurso inverso. O que mudou de lá para cá? Que interesses foram contrariados? A quem serve esse movimento?
Desde sua criação, há três anos, a SAF promoveu investimentos evidentes em infraestrutura, profissionalização e nas equipes de futebol. O que foi construído é visível até para os mais céticos. Se há ajustes a fazer, eles devem ser debatidos internamente, com transparência e responsabilidade, nunca por meio de ações intempestivas que podem fragilizar o Botafogo.
A iniciativa da atual direção do Clube Social de recorrer à Justiça não protege o Botafogo: ela representa um movimento político de grupos que, após conduzirem o Clube a uma situação de insolvência, buscam agora retomar a influência perdida no futebol.
A torcida e os grandes botafoguenses não podem ser novamente enganados por aqueles que já destruíram nosso futebol, deixando um rastro de dívidas, crises e humilhações.
Reafirmamos nosso apoio à profissionalização do futebol do Botafogo, à SAF e ao trabalho liderado por John Textor. Isso não significa ausência de questionamentos – ao contrário, defendemos compliance, transparência e relações institucionais maduras, como demandamos na última reunião do Conselho Deliberativo. Mas entendemos que o caminho construído na gestão passada, com resultados claros, deve ser mantido e aprimorado. Ajustes são necessários, mas devem ser fruto do diálogo, nunca de ações intempestivas.
Queremos reviver dias como o 30 de novembro de 2024, quando o Botafogo voltou a mostrar ao país a grandeza que lhe é própria. E é certo que não será por meio dos mesmos que já afundaram o Clube no passado que construiremos o futuro que desejamos.
Que prevaleçam a razão, o bom senso e o compromisso genuíno com o Botafogo. Saudações Alvinegras!”
Carta aberta todos os alvinegros pic.twitter.com/QE4VJNxjo6
— Vinicius de Assumpção (@viniciusasbfr) November 26, 2025








