Faixa de capitão, identificação, sonho de Libertadores… Tchê Tchê abre jogo sobre o Botafogo e destaca: ‘Estamos conseguindo devolver o devido respeito que o clube merece’

Faixa de capitão, identificação, sonho de Libertadores… Tchê Tchê abre jogo sobre o Botafogo e destaca: ‘Estamos conseguindo devolver o devido respeito que o clube merece’
Reprodução/TNT Sports

Em longa entrevista de quase uma hora à jornalista Aline Nastari, do “TNT Sports”, o volante Tchê Tchê passou a limpo sua trajetória no Botafogo, clube em que mais atuou em toda a carreira. Capitão do time e vestindo a camisa que foi usada pelo ídolo Nilton Santos, o jogador já tem 126 partidas pelo Glorioso e não escondeu sua identificação com a torcida alvinegra.

– Fico feliz com esse momento. É um clube com o qual me identifiquei muito desde o início, até por ter sido um dos primeiros a vir no começo do projeto. É muito legal viver esse momento, viver a ascensão do clube também, sabemos que precisamos também conquistar algo para solidificar tudo isso. Estamos no caminho certo, tem coisas muito boas para serem alcançadas – disse Tchê Tchê, que falou com orgulho sobre o crescimento do Botafogo após se tornar SAF:

– Em diversos aspectos, a começar pelo respeito dos outros clubes. Voltou a ser uma grande força, vamos jogar contra e sentimos isso, que eles respeitam bastante. Posso falar do momento em que cheguei para frente. No começo era o retorno de um grande clube, uma reestruturação, tínhamos um nível para atingir e no primeiro ano conseguimos alcançar isso, que era se manter e depois chegar na Sul-Americana e esse ano na Libertadores. O principal é devolver o devido respeito que o Botafogo merece e estamos conseguindo isso. Tem outras coisas internas no clube, melhorar estruturalmente, isso tem sido feito muito bem e ficamos felizes, nosso papel é só trabalhar.

O volante de 31 anos afirmou que sonha em ser campeão da Libertadores. Literalmente.

– Todos os sonhos eu já alcancei, extracampo e dentro de campo. Hoje meu maior sonho é ganhar uma Libertadores. Seria uma realização de carreira, e no outro dia… Até brinquei com o pessoal. Tive um sonho em que acordava, olhava o celular, via a foto e falava: “Parei, encerrei a carreira”. É algo que aprendi com o terapeuta, tenho que ter um sonho para ele me pautar, não quer dizer que eu viva em prol daquilo, nem que se eu não alcançar aquilo eu vou me frustrar – refletiu.

Confira as respostas de Tchê Tchê na entrevista ao “TNT Sports”:

TRAJETÓRIA COM ARTUR JORGE: “Ele chegou e tínhamos passado dois jogos mais ou menos ficando fora do 11 inicial com o Fabio (Matias). Primeiro jogo dele foi fora, contra a LDU, eu entrei na virada, estava 1 a 0, achei que fui bem. Mas aí aconteceu dois episódios, que eu fiquei doente, fiquei mal, foi meio difícil. Eu confio muito no processo, nas coisas que Deus faz. Estava tendo poucas oportunidades, fiquei doente, voltei e tive bastante oportunidades. É um elenco bastante qualificado, tem diversos atletas que podem jogar, temos que entender quando não somos escolhidos, mas é óbvio que quero sempre ser escolhido. Quero jogar independente de onde seja.”

CURRÍCULO PARA SER CAPITÃO: “Não gosto de falar muito de mim além do que já conquistamos, porque temos que demonstrar jogo após jogo e dia após dia. É claro que isso conta, não dá para apagar e fingir que não aconteceu, porque teve muito trabalho para isso. No nosso grupo não falta liderança, cada um tem uma opinião, de fora para dentro tem muita coisa, não podemos nos preocupar muito com isso porque vai conturbar. Eu brinco com o pessoal que me vejo como uma liderança técnica, não sou um cara que vai dar aquela palavra de motivação na hora da oração. Já tem esses aí, Marçal, Marlon… Eu brinco com o Marlon que ele consegue motivar todo mundo. Apesar das pessoas me verem como um cara que não tem expressão para nada (risos), eu ligo sim, me vejo como um cara que se precisar vou sempre correr para ajudar quando não estiver bem, nunca vou me esconder.”

FAIXA DE CAPITÃO: “Tenho muita influência no elenco, da minha maneira (risos). Temos diversos líderes, o Marlon é um, tem outros que quando iniciamos o ano tivemos uma conversa com o Tiago Nunes e ele fez um grupo de capitães. Fico muito feliz de representar dessa maneira o Botafogo. Todos sabem do carinho e da identificação que tenho com o clube. Claro que é um peso grande, mas é uma responsabilidade boa, que tem que ser exercida.”

BOTAFOGO EM 2024: “Sobre o ano passado, já foi, nem pensamos nisso, vivemos o momento de agora. Nosso elenco talvez não seja o melhor, os melhores jogadores, mas cada um sabe das suas qualidades. Até onde podemos chegar deixa para o povo falar. Uma certeza que podemos passar para o torcedor é que em todos os jogos vai ter muita entrega. É um time muito aguerrido, físico, que vai correr bastante a partida inteira. É claro que queremos brigar por tudo que disputar, mas o que vai acontecer é muito vago ainda.”

2023: “Não é que eu não goste de falar, é que já passou, não tem porque ficar voltando, se não vai dar muito assunto para o povo falar.”

TÉCNICOS PORTUGUESES NO BOTAFOGO: “Difícil comparar, cada um à sua maneira foi importante. Temos comprado muito a ideia do Artur Jorge. Todos que estiveram aqui tiveram sua importância, até mesmo o Tiago (Nunes) quando iniciou o ano. É difícil fazer uma comparação, é injusto.”

TERAPIA: “Sim, faço. Daqui, que eu tenho certeza que faz, é o Rafa, ele é meio doidinho igual a eu assim, Marçal também faz… Falo brincando, pelo jeito mesmo. Eu e o Rafa somos bem parecidos, a gente é bem agitado. Tem uma importância grande para mim, tive o problema em 2019 (depressão) e desde então é bom, aprendi muita coisa depois disso. Tem dias que você acorda superbem disposto, tem outros que não e está tudo certo.”

RELAÇÃO COM JOHN TEXTOR: “Esse inglês básico dá para desenrolar, quando ele vai no vestiário é tranquilo. Se ele vier falar comigo eu vou falar com ele, pode sair alguma palavra de índio (risos). A esposa do meu empresário me cobra para fazer idiomas, eu estava fazendo francês, mas parei. Com o Textor dá para desenrolar. Já aconteceu de ele entrar no vestiário e fazer uma cobrança firme, tem que entender o momento, ele é o dono. Ele tem o momento de falar sério, de brincar. E aí alguém traduz, algum dos diretores, do estafe traduz para o grupo.”

É DIFERENTE: “Desde que eu cheguei ao Botafogo realmente é diferente. Todo mundo é uma família, realmente. Se você não chega num bom dia, você pode esperar, seja a moça que lava a roupa, ou o cara que está limpando o chão vai perguntar porque você está com essa cara, como você está. Não é uma família da boca para fora. O ambiente ajuda muita coisa.”

AMBIENTE: “O Botafogo acerta sempre em trazer pessoas que, além do que vão render dentro do campo, que agregam muito no sentido humano fora dele. Por isso que falo que é diferente. Se a pessoa chegar aqui achando que é de uma maneira, que vai ter vaidade, não tem muito aqui, a gente se ajuda muito. A gente se trata com carinho como você trata alguém muito próximo seu.”

Veja a entrevista ao canal ‘TNT Sports’:

Fonte: Redação FogãoNET e TNT Sports

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