Fernando Prass crê que demora para Botafogo ter escolhido treinador ainda pesa: ‘Está pagando pelo início do ano’

Fernando Prass e Carlos Eduardo Mansur
Reprodução/SporTV

O que explica o Botafogo não conseguir engrenar e ter tantas dificuldades, como na vitória por 2 a 1 sobre o Carabobo (VEN), nesta terça-feira, pela Libertadores? Para o comentarista Fernando Prass, do “Troca de Passes”, do SporTV, a demora na escolha por um técnico – Renato Paiva – ainda pesa.

– Eu acho que o Botafogo está pagando pelo início de ano. Não vou dizer que o Botafogo sentou em cima dos dois títulos que conquistou no ano passado, que foram títulos enormes, mas eu acho que isso deu uma tranquilidade e o Botafogo passou do ponto, na questão principalmente do treinador. Por mais que o Botafogo tenha um departamento de scout, por mais que o Botafogo tenha processos, a não definição do treinador atrasa muito, porque não tem como. Criar os processos do clube e do treinador é a parte importante nisso. A não ser que fosse um trabalho de 10 a 15 anos já consolidado, OK. Mas o Botafogo do John Textor vem há pouco tempo, não consegue ter essa cultura ainda estabelecida, enraizada no clube – explicou Fernando Prass.

– A gente viu algumas declarações, que no ano anterior também tinha sido assim, o treinador chegou no meio do ano, com a temporada em andamento. Mas, além disso, o Botafogo perdeu muitos jogadores, muitos não titulares, muitos jogadores que, para esse momento, com as mudanças, com as suspensões, fazem falta. Tchê Tchê, Eduardo, Tiquinho, Júnior Santos, Adryelson… Almada e Luiz Henrique, que são jogadores que dispensam o comentário. Mas eu acho que o Botafogo paga pela falha no planejamento. E aí, também, o treinador ainda não conseguiu dar uma cara. O Botafogo do ano passado, a gente sabia como jogava. A gente sabia os pontos fortes, os pontos fracos. Eu fiz Palmeiras x Botafogo na estreia no Brasileiro. Ali me deixou uma imagem muito boa do Botafogo, muito boa naquele jogo. Só que não se confirmou. Eu acho que foi um dos jogos de exceção que o Botafogo jogou. O Botafogo foi muito superior ao Palmeiras, foi o melhor do Palmeiras naquele jogo. Mas foi um dos jogos de exceção. Esse jogo (contra o Carabobo), por exemplo, vale muito mais disparado pela vitória, os três pontos, do que em qualquer situação – adicionou.

O comentarista e ex-goleiro acredita que o clube tem problemas a serem resolvidos.

– Tu não ter o treinador no começo da temporada não é só a questão de não estar desde o começo da temporada. O preparador físico que chegou depois da pré-temporada, por mais que tenha repassado as cargas de treino, não é a mesma coisa. O treinador não está desde o começo do ano. Se ele estivesse trabalhando, provavelmente já teria algumas soluções na cabeça dele, trabalhadas para determinadas situações. Essa questão do treinador que eu bato na tecla traz muito mais coisa de arrasto, além do começo tardio. Planejamento, reposição de peças, montagem de elenco, principalmente. E a gente sabe que o Botafogo tem um agravante. O Botafogo vai para a Copa do Mundo de Clubes, em um grupo muito difícil, e não vai ter tempo para trabalhar que outros times vão ter – disse.

Fonte: Redação FogãoNET e SporTV

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