Com a venda da SAF do Botafogo para John Textor, Durcesio Mello vive seus últimas dias despachando no Estádio Nilton Santos. Em breve, o presidente alvinegro irá se mudar para General Severiano para tocar a parte associativa do clube. Em entrevista ao “GE”, Durcesio apontou quais serão seus próximos passos fora do futebol até o fim de seu mandato, no fim de 2024.
– Ofereci ao John Textor para continuar ajudando na parte institucional e política. Porque ele está lá, e não tem ninguém aqui. Até para deixar o Jorge (Braga, CEO) tocar o clube no dia a dia. Estamos discutindo isso ainda. Mas, em princípio, devo ficar muito mais em General Severiano. Não vou abandonar isso daqui porque virou a minha casa. Não quero largar isso aqui, mas agora é a SAF. Tenho que ver onde é meu lugar – iniciou Durcesio.
– Temos muita coisa para fazer em General Severiano. Estamos trabalhando para conseguir as CNDs (Certidões Negativas de Débito) para os esportes olímpicos, para conseguir projetos incentivados. E fazer a coisa que é o meu sonho e sempre foi: projetos sociais. Quero entrar pesado nisso. Fazer ações sociais pelo Botafogo. Acho que seria importantíssimo retornar um pouco para a sociedade do que o Botafogo tem e ganha. Esse ano já vai começar – completou.
Membro do Conselho de Administração da SAF como presidente do Botafogo de Futebol e Regatas, Durcesio se colocou à disposição de John Textor para ajudar na parte institucional do Botafogo. O clube, no entanto, informou que Jorge Braga será o interlocutor oficial da SAF em assuntos institucionais.
– O futebol tem muita coisa política e institucional. Ele mesmo fala que é importante ter o Botafogo social, que vai ficar comigo, forte. Porque ele quer ver os esportes olímpicos e a marca Botafogo forte. Quando a marca Botafogo está bem, isso respinga nele e vice-versa. Tem muito mais coisa, tem participação na CBF, Ferj, em Brasília tem muita coisa a ser feita, como ajudamos na lei da SAF. Tem muita coisa que eu acho que posso fazer. Eu vou estar no Conselho de Administração. Vamos ter uma pessoa no Conselho de Administração, no caso serei eu, e outra que indiquei para o Conselho Fiscal (Fernando Pereira). Então vamos estar lá de qualquer maneira – explicou Durcesio.
Mudanças em General Severiano
Durcesio Mello apontou também os desafios para tornar o Botafogo associação rentável e a intenção de contratar novos profissionais.
– Isso agora estou me debruçando. Isso tudo (mostra um caderno) são papéis sobre isso, de receitas e despesas que eu tenho. Até então era um caixa único. Agora é um caixa do Botafogo social, que é uma receita muito pequena e a despesa é um pouco maior do jeito que está hoje. Mas vamos trabalhar para equacionar e zerar esse desequilíbrio para gerar novas receitas. Têm várias coisas que estou negociando, como aluguéis, para aumentar a receita – disse.
– Eu vou contratar novos profissionais. Alguns vão ser usados da estrutura atual porque tenho na minha cabeça de ter um gerente geral e quatro ou cinco coordenadores, de administração, financeiro, comercial, jurídico… Mas vai ser uma estrutura muito enxuta para comportar essa receita que temos. Estamos trabalhando nisso – concluiu Durcesio.