O acesso antecipado do Botafogo à Série A tem vários personagens, fora das quatro linhas também. Diretor de futebol do clube, Eduardo Freeland teve a responsabilidade de fazer uma ampla reformulação de um elenco rebaixado, com poucos recursos em meio a uma política de austeridade. E no final deu tudo certo.
– Tínhamos um elenco completamente desfacelado, e uma ambiente muito complicado, com a pior campanha do clube na história. Precisaríamos mudar 60% do elenco e teríamos que reduzir a folha em mais da metade, porque eu teria de ser responsável. Era muito desafiador. Combinei com o presidente que traríamos em torno de oito a dez jogadores num primeiro momento, em abril e maio identificaríamos as lacunas e já tínhamos previsão de cinco a seis contratações para encorpar o elenco. Queria ter feito isso duas a três semanas antes, a grande maioria estreou já ao longo da Série B – recorda Freeland, em participação no “Seleção SporTV”.
– Trouxemos 18 atletas e saíram 22. E alcançamos a meta, reduzimos 62% da folha, estamos terminando o ano com a folha até um pouco abaixo do que era o desejo do presidente – completou.
A conquista da volta à Série A com duas rodadas de antecedência, após um início ruim sob o comando de Marcelo Chamusca, não deixou de ser uma surpresa positiva para Freeland. O dirigente admitiu que chegou a temer que o clube não conseguisse alcançar o objetivo de terminar entre os quatro primeiros.
– Sempre fui muito otimista e brincava sempre nos bastidores que a Série B só tinha três vagas, porque uma iria ser nossa. É claro que tivemos momentos de dúvidas. Conseguir com duas rodadas de antecedência sabendo que depois do jogo com o Goiás estávamos em 14º lugar é uma surpresa muito positiva. Temos que credenciar isso muito ao Enderson, ele trouxe organização e mobilização. Temos um grupo de jogadores muito comprometidos, nos piores momentos nunca deixaram de se dedicar. Mas o Enderson, de maneira didática, com muita consistência e organização, fez transformar aquele momento difícil em resultado e organização de equipe – afirmou, revelando o sentimento com o objetivo alcançado:
– Sensação de dever cumprido, de entrega do principal objetivo que a gente tinha. Tínhamos uma missão muito clara, um desafio enorme em função de reverter um ambiente muito difícil. Terminar o primeiro objetivo com essa festa da torcida é muito gratificante, mas agora queremos mais uma cerejinha desse bolo que é tentar esse título.







