O volante Wendel, reforço do Botafogo que chega em junho, foi alvo de racismo neste sábado (8/3), quando o Zenit venceu o Fakel Voronezh por 2 a 0 fora de casa pelo Campeonato Russo. E mais… Foi expulso da partida por ter reagido às ofensas que recebeu de torcedores do time da casa.
Wendel mostrou o dedo do meio a torcedores que, segundo a imprensa russa, faziam gestos de macaco ao jogador brasileiro. A transmissão captou o gesto de Wendel, o VAR recomendou revisão e o árbitro expulsou o brasileiro. O próprio Zenit divulgou uma nota oficial repudiando o episódio (leia abaixo).
Segundo o portal russo “Championat“, o Zenit pedirá à Premier League da Rússia a anulação da expulsão de Wendel. Técnico do clube de São Petersburgo, Sergey Semak disse que um próprio jogador do Fakel Voronezh também fez gestos racistas a Wendel. E pediu punição.
– A expulsão estragou o jogo. Espero que sanções sejam aplicadas para as pessoas que se comportam assim nas arquibancadas e insultam as pessoas com base na cor da pele. E não se trata apenas dos torcedores do Fakel. Apresentaremos um vídeo do jogador do time da casa que fez gestos de macaco, mas ele não foi punido – disse o treinador.
Nas redes sociais, a esposa de Wendel, Lays Lima, também se pronunciou, revoltada com o ocorrido.
“Isso é inaceitável!! Uma pena que nos últimos seis meses aqui na Rússia tenha sido marcado por mais um episódio de racismo!!“, postou Lays.
Em nota, a Premier League da Rússia informou que “o comportamento discriminatório” de torcedores do Fakel Voronezh para com Wendel foi relatado pelo delegado do jogo, o que permitirá análise do Comitê Disciplinar da Federação Russa. Além disso, disse que “atos como esse são inaceitáveis e devem ser estritamente suprimidas pelas autoridades.”
Veja a nota oficial do Zenit abaixo:
“Não ao racismo. Não aos insultos racistas. Não a tudo que contradiz aos valores globais do futebol e do esporte.
Nosso time une grandes jogadores de todas as partes do mundio. Nós somos diferentes. Nós falamos diferentes línguas e representamos diferentes culturas, mas cada um de nós lutamos pelas cores e pela cidade que chamamos de casa.
Não vamos permitir que ninguém insulte ou humilhe qualquer um de nós somente porque ele tem uma cor de pele diferente. Vamos nos unir em torno de Wendel e daqueles que regularmente encara manifestações de intolerância na Rússia.”