O técnico Artur Jorge não costuma falar sobre arbitragem, mas dessa vez não conseguiu evitar o tema. Mesmo sem falar de forma direta, o português lamentou que a derrota para o Bahia, que culminou na eliminação do Botafogo nas oitavas de final da Copa do Brasil-2024, tenha sido condicionada pela absurda expulsão de Gregore no fim do primeiro tempo na Arena Fonte Nova.
– Vocês têm matéria para pegar em muita coisa. Duas crônicas separadas – sobre o que foi o jogo de futebol e aquilo que acaba por condicionar a diferença no resultado final. Claramente, não tenho dúvida nenhuma. Tenho certeza de que hoje haverá gente saindo envergonhada desse estádio e não sou eu, nem meus jogadores. Não acredito que haja alguém no Botafogo saindo daqui envergonhado. Mas que haverá, acredito que sim – disse Artur, em declarações reproduzidas pelo “GE”.
Perguntado especificamente sobre o tema, Artur Jorge teve cuidado com as palavras para não correr risco de sofrer punição, mas viu exagero no cartão vermelho e lembrou que futebol é jogo de contato.
– Eu não posso falar muito sobre isso porque corro o risco de ser penalizado ou suspenso por isso. Agora, minha opinião é muito clara, há um exagero evidente sobre aquilo que é o lance em si. Me choca mais ainda ter a oportunidade de ver no VAR para poder ver o que aconteceu. Nós não jogamos em slow motion, não parem imagens para poder justificar o que quer que seja porque isso torna as coisas muito mais difíceis – disse.
– Nós não podemos, a partir do princípio de um lance que é disputado, porque tivemos outro lance na área, na nossa área, em que o adversário abriu a cabeça também. Há muito contato, futebol é um jogo de contato. E não me parece, em momento algum, que houvesse qualquer tipo de intenção ou de ação que justificasse o cartão vermelho naquela altura. Parece ser mal demais acreditar que seja possível. Tendo em conta aquilo que é poder ver as imagens, perceber que não há nenhuma disputa com o braço em cima, não há nada, não há rigorosamente nada, e acabamos por ter um jogador expulso, uma equipe que se teve que transformar, reorganizar, reinventar para continuar a ser competitiva e foi muito competitiva – continuou.
– Mesmo com dez, o Botafogo é uma equipe muito competitiva até os últimos minutos, lutou sempre até a sua exaustão. Eu não consigo compreender como é que nós acabamos por matar um jogo de futebol, matar um jogo de futebol com uma decisão destas, quando temos a oportunidade de ver, recorrer e perceber que é um lance em que nada justifica para que nós tivéssemos menos um jogador – encerrou.