A interdição polêmica do Estádio Nilton Santos por conta de um suposto perigo estrutural em caso de fortes ventos completa neste domingo (26) dez anos. O jornalista Raphael Zarko, do Grupo Globo, lembrou essa história no Twitter e revelou que brigas milionárias continuam acontecendo na Justiça, ainda longe de uma definição.
Naquela ocasião, o ainda apenas Engenhão recebia não só os jogos do Botafogo, como de outros clubes em decorrência de obras no Maracanã para a Copa do Mundo. O prefeito Eduardo Paes, que estava em seu primeiro mandato, interditou o estádio baseado num laudo de uma empresa alemã que detectava riscos no teto.
Por conta disso, o agora nomeado Estádio Nilton Santos ficou fechado por um longo tempo para obras de reforço na estrutura, tocadas pelo consórcio formado por OAS e Odebrecht e com custos estimados em R$ 200 milhões, sendo reaberto apenas em 2015.
Agora, diversos atores estão brigando na Justiça por conta dos gastos e prejuízos com o fechamento, como o Consórcio RDR (Racional, Delta e Recoma), o Consórcio Engenhão, o consórcio formado por Odebrecht (que já mudou de nome) e OAS.
O próprio Botafogo, em 2017, apresentou notícia-crime contra o ex-presidente Mauricio Assumpção acusando-o de favorecer a Odebrecht, então concessionária do Maracanã, com a interdição do Engenhão. Na sua gestão, o clube teria conseguido um empréstimo de R$ 20 milhões junto à construtora.
Vale lembrar que, em 2016, um estudo feito pela DFA Engenharia e pela Controlatto constatou que a interdição havia sido totalmente desnecessária e que o teto do estádio não corria nenhum risco de desabar em caso de ventos superiores a 63 km/h, o que havia influenciado a Prefeitura a fechar o local três anos antes.
O Estádio Nilton Santos é administrado pelo Botafogo desde 2007 e sua atual concessão foi renovada até 2051. O local está recebendo shows do Coldplay neste fim de semana, ganhou novo gramado sintético e será reaberto para jogos de futebol do Glorioso no mês que vem.