João Moreira Salles brinca sobre Messi e traça paralelo entre Botafogo e Brasil: ‘Se reconstrói de baixo para cima’

João Moreira Salles, empresário e torcedor do Botafogo
Reprodução/Trip TV

Documentarista e grande botafoguense, João Moreira Salles sempre se expressa bem sobre o Botafogo, clube com o qual é profundamente ligado. Em entrevista ao “Valor Econômico”, no “YouTube”, com o tema principal a Amazônia, o Alvinegro também virou assunto (assista ao vídeo no fim da matéria).

Inicialmente, foi perguntado a João Moreira Salles se Messi é a solução para o Botafogo e ele brincou.

– Não, não, já temos o Navarro. Se o Messi quiser vir e não sentar na janelinha, ficar no banco, pode vir – brincou.

O documentarista traçou um paralelo entre o Botafogo e o Brasil e opinou como pode ocorrer a reconstrução.

– O Botafogo de fato está mal, caiu para a Segunda Divisão, mas tenho tese meio maluca que nada reflete mais o Brasil que o Botafogo. O Brasil também caiu para a Série B e não está bem nela. O Botafogo está melhor que o Brasil. Teve seu momento de glória quando o Brasil teve seu momento de glória, entre 1958 e 1963, em que inventamos Cinema Novo, Bossa Nova, Grande Sertão Veredas, Brasília, o Brasil tinha força e potência, acreditava que podia fazer. Esse é o grande momento do Botafogo. O Brasil ganhou Copa do Mundo com participação direta de jogadores do Botafogo em 58 e 62. Aí em 68 o Botafogo deprime, assim como o Brasil. O Botafogo só vai conquistar título depois em 89, ano que que votamos para presidente. E vai ser campeão brasileiro em 95, quando resolvemos a questão da inflação e havia a normalidade democrática no país – explicou.

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– Nesse momento faz todo sentido para mim o Botafogo ter caído para a Série B. Se reconstrói de baixo para cima, com meninos sabendo quem foi Didi, Garrincha, Gerson, Jairzinho, assim como a garotada que vai entrar para escola tem que saber quem foi Paulo Freire, Dom Paulo Evaristo Arns, Betinho, Carlos Drummond de Andrade, João Gilberto, todos esses grandes brasileiros, Tom Jobim, Vinicius (de Moraes), que estão sendo obliterados por esse governo. Adoraria ver o Botafogo construir uma base sem preocupação em ganhar no time principal, mas que aos poucos produza grandes jogadores de futebol, bons brasileiros, capazes de ter ambição, vencer e jogar um futebol moderno. O Botafogo na verdade também reflete a decadência do futebol brasileiro, é uma espécie de canário na mina. Quando está mal, indica que algo não vai nos outros times. Não é o Botafogo, é o futebol brasileiro que está mal, o que e mais é um indicativo da decadência do país. Isso fazíamos muito bem, nesse esporte deslumbrante que todo mundo quer jogar nós jogávamos melhor. Vamos de baixo para cima que consertamos, tem a ver com gestão e com quem manda. Brasil e futebol são a mesma coisa, e o Botafogo é a grande metáfora disso tudo – completou.

João Moreira Salles e seu irmão Walter Salles tem inúmeras contribuições ao Botafogo, como a compra do terreno do CT no Espaço Lonier e estudo da EY sobre soluções para o futuro alvinegro. Eles são apontados como importantes para a Botafogo S/A como investidores, mas já reiteraram não terem pretensão de assumir o clube ou se tornarem mecenas.

Assista ao vídeo abaixo:

Fonte: Redação FogãoNET e Valor Econômico

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