O Botafogo pode ter mudanças a nível macro, na relação com a Eagle Football. Em entrevista no Estádio Nilton Santos logo após Botafogo 1×1 Corinthians, pelo Brasileirão, John Textor contou que planeja uma separação do Glorioso da parte europeia do grupo.
– Vou falar claramente para todos aqui. O Botafogo está gerando uma quantia significativa de dinheiro e está financiando várias operações de perda do Lyon. Várias matérias que você lê na França que dizem que o Lyon pagou pelos títulos do Botafogo são erradas. Ganhamos dinheiro com títulos, vendas de jogadores e porque somos bons no negócio. O Botafogo financia a Europa, e não o contrário. Somos uma organização auditada por empresas do maior calibre, fizemos tudo isso para entrar no IPO, não há debate. Não há problema financeiro. Estamos financiando a Europa. Quero separar o Botafogo da parte europeia (Lyon), mas isso é a com diretoria da Eagle – explicou John Textor na noite deste sábado (26/7), em declaração reproduzida pelo site “GE”.
O empresário norte-americano não tem medo de perder o controle do Botafogo, algo que tem sido tentado sem sucesso nos bastidores.
– Não estou (preocupado). Sou o acionista majoritário da Eagle e a Ares é uma das investidoras. Está claro que cometi erros na França ao tentar ser um reformista. A liga é problemática e a federação quer tomar o campeonato lá. Só há um homem comandando o DNCG (órgão regulador de finanças) e ele tem muito poder, não há regras no preto e branco, é tudo muito arbitrário. A França quis uma mudança de rosto, eles cansaram de me ouvir falando de mudança. Eu quis colocar o modelo da Premier League lá, sem o DNCG. Eu voluntariamente saí porque entendi que eu era o problema. Estou calado porque queria que a Michele (Kang) ganhasse o caso. Meu ego e posições eram pouco importantes. Sempre fomos saudáveis financeiramente, a Uefa nos aprovou. No dia 20 de maio, o DNCG olhou no meu rosto e disse que rebaixamento estava fora de cena. O que mudou até junho? Claramente era sobre mim. Eu ainda sou o acionista majoritário e controlo a maior parte das decisões. Ares não tem o direito de me tirar. Sobre o Botafogo, nós somos estáveis. Somos organizados, tivemos nosso melhor ano em 120 anos. Michele pode ficar na França e eu no Brasil. Somos uma família. Não estou com medo – garantiu.
A ideia de John Textor é recomprar o Botafogo em um novo grupo.
– Eu não pedi por ajuda. Eu quero comprar o Botafogo de volta e tirá-lo da Eagle. Vou continuar sendo o dono da Eagle, mas acho que seria melhor o Botafogo estando separado. Existem parcerias na Europa que são melhores para o clube. Quando você quer vender, os diretores indicam que você se afaste para evitar conflito de interesse. Não é uma discussão, estamos conversando sobre comprar ou não o clube novamente. Quando isso chegou aqui (Brasil), o clube social disse que não queria mudanças e quer estabilidade depois de 35 anos de instabilidade. Fiquei impressionado – explicou.
– É uma conversa. É uma negociação amigável. Eu falo com os diretores da Eagle e eu sou o dono da Eagle. É um debate se controlamos nosso clube junto com o Lyon ou separado do Lyon. É uma discussão sobre família. Se eu achar que o clube deve correr separado, a maior parte do conselho da Eagle são pessoas que eu apontei. […] Já temos muita autonomia no clube. Não sei muito o que mudaria. Teríamos a mesma liderança, não teria muita mudança no estafe. É mais um debate no longo termo do que de imediato – completou.